A 12ª edição do Doclisboa – Festival Internacional de Cinema acontece de 16 a 26 de Outubro e abre com Maïdan, de Sergei Loznitsa. A encerrar o festival estará Socialism, de Peter von Bagh. O Doclisboa 2014 será dedicado à memória deste cineasta, que faleceu na passada Quarta-feira.
Desde 2010 Peter von Bagh tornou-se uma presença regular no Doclisboa e em 2011 foi mesmo o presidente do Júri do festival. Conforme previsto, Muisteja / Remembrance, o seu penúltimo filme, e o mais pessoal, será exibido na secção Riscos e Socialism será o filme de encerramento.
A Sessão de Abertura do Doclisboa 2014 acontece no dia 16 de Outubro, às 21h30, no Grande Auditório da Culturgest, com Maïdan. O filme retrata os protestos populares que tiveram início em Novembro de 2013 na praça central de Kiev contra o regime do presidente deposto Viktor Yanukovich. O realizador Sergei Loznitsa, nascido na Bielorrússia e criado na Ucrânia, estreou Maïdan na edição deste ano do Festival de Cannes, onde recebeu o prémio FIPRESCI.
À mesma hora da Sessão de Abertura, serão exibidos dois filmes no Pequeno Auditório da Culturgest (pelas 21h15): Medium Earth, do colectivo artístico baseado em Londres The Otolith Group, fundado por Anjalika Sagar e Kodwo Eshun. Segue-se a curta-metragem Traces, de Wang Bing, realizador já conhecido do público do Doclisboa por ter vencido o Grande Prémio do festival em 2010 e 2012. Ainda no dia 16 de Outubro, às 21h30, o Cinema São Jorge recebe o filme Ai Weiwei’s Appeal ¥15,220,910,50, do artista e crítico social e político chinês Ai Weiwei.
A 26 de Outubro, o encerramento do festival faz-se com a exibição de Socialism, um ensaio sobre o poder que o cinema tem de configurar a vida dos homens, construir ilusões ou até de mentir. Juntamente com os irmãos Mika e Akki Kaurismäki, Peter von Bagh foi co-fundador em 1986 do Midnight Sun Film Festival, na Finlândia.
Alain Resnais, Harun Farocki e Eduardo Coutinho homenageados
Homenageados nesta edição do Doclisboa estão três realizadores também falecidos este ano: o brasileiro Eduardo Coutinho, o alemão Harun Farocki e o francês Alain Resnais.
De Resnais serão exibidos os documentários Les statues meurent aussi (com Chris Marker, 1953), Toute la Mémoire du Monde (1956) e Nuit et Brouillard (1955). De Farocki, em diferentes secções, serão apresentados Catch Phrases – Catch Images (1985), Respite (2007) e Sauerbruch Hutton Architekten (2013). Em colaboração com a Nitrato Filmes, será exibido Cabra, marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho. A obra será acompanhada por uma sessão com dois filmes com ele relacionados, Sobreviventes de Galileia (2014) e A família de Elizabeth Teixeira (2014).
Secção Heart Beat
A secção Heart Beat, dedicada a documentários que se constroem na relação com a música e as artes performativas, irá inaugurar este ano com o Fado Camané, de Bruno de Almeida, no dia 17 de Outubro, no Cinema São Jorge. Pela primeira vez, o Doclisboa vai ter um filme a encerrar esta secção e na véspera do primeiro aniversário da morte de Lou Reed exibe Berlin, de Julian Schnabel, no dia 26 de Outubro.
Fado Camané acompanha o processo de criação de um álbum de fado do cantor Camané. Músicos, compositores, poetas e intérprete, juntos num tempo e num espaço de criação e de escuta, num trabalho de procura da perfeição. Berlin, de Schnabel é um filme sobre o polémico álbum Berlin (1973), cuja encenação foi discutida durante mais de 30 anos e que, em Dezembro de 2006, se tornou realidade. Usando a cidade dividida de Berlim como pano de fundo, a história de Caroline e seus amantes é contada nas palavras emocionantes e provocadoras de Lou Reed.
O programa da 12ª edição do Doclisboa será apresentado amanhã, 23 de Setembro, às 11h00, na Culturgest.
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