O Doclisboa termina já no Domingo e é este Sábado que ficaremos a conhecer os vencedores deste ano. Agora é tempo para analisar os filmes da Competição Portuguesa de Curtas-metragens.
Metáfora ou a Tristeza Virada do Avesso - 8.5/10
Metáfora ou a Tristeza Virada do Avesso - 8.5/10
Catarina Vasconcelos traz-nos um filme extremamente pessoal. A correspondência entre a realizadora e o seu irmão, em pleno aniversário da
morte da mãe, leva-os numa viagem ao passado, para compreender o tempo
em que a mãe vivia e como era o seu país, Portugal, na década de 1970,
quando ocorreu uma revolução. Misturando uma história familiar com a
história de Portugal, este filme é uma luta contra o esquecimento.
O tom é íntimo, aproxima-nos desta história e desta família através de pinturas, fotografias antigas (muitas vez sobrepostas sobre a mesma paisagem na actualidade) e de pequenas filmagens que acompanham o texto que é
narrado (a troca de cartas entre o irmão, que estuda em Lisboa, e a
irmã, que está em Londres).
A história desta família é a metáfora - de que nos fala o título - da revolução, e da História de um país que se desenvolveu a partir daí. O amor dos pais dos narradores nasceu com a revolução de Abril e Metáfora ou a Tristeza Virada do Avesso é uma bonita homenagem a uma mãe que partiu demasiado cedo e a um país a precisar de rumo, a precisar de ânimo, do amor da revolução.
Motu Maeva - 8/10
Maureen Fazendeiro traz-nos um retrato de Sonja, uma aventureira do século XX, a viver numa ilha que ela construiu sozinha: Motu Maeva. Com ela partimos numa bonita e nostálgica viagem ao passado. Invocamos a memória de momentos marcantes, através de imagens filmadas em Super 8.
Com Sonja viajamos no tempo e percorremos o mundo, conhecemos as culturas que a apaixonaram, a sua história de amor... A realizadora, por seu lado, mostra-nos a ilha em que Sonja vive, intercalando presente e passado num resultado que deixa saudades mesmo a quem não viveu aqueles tempos.
Um Filme Perdido - 6.5/10
Eduardo Amaro traz-nos um registo interessante, num desfilar de imagens da sua infância, dos seus pais. Desta forma tenta reconstruir a memória do passado, com um propósito muito bem pensado, enfrentando a morte, a dor e a separação.
O ritmo tranquilo de Um Filme Perdido, apesar das recordações dolorosas, ganha um novo ânimo perto do final, numa justificação que dá toda uma nova dimensão à curta-metragem.
O Indispensável Treino da Vagueza - 6/10
A partir de arquivos do Centro de Arte e Comunicação Visual - Ar.Co e de aulas gravadas, Filipa Reis e João Miller Guerra trazem até nós a experiência de quem frequentou aquela instituição - o realizador foi ali aluno -, intercalando estas imagens com conversas caseiras sobre arte, medos, frustrações e o estado do país.
O Indispensável Treino da Vagueza é uma homenagem à Ar.Co, por ocasião dos seus 40 anos, com um toque de nostalgia, que os próprios realizadores parecem sentir. A frase de Manuel Castro Caldas utilizada na sinopse adequa-se perfeitamente ao filme: “Fazer chegar um novo através de coisas que não são exactamente novas." Parece ser mesmo esta a proposta dos realizadores, mas sente-se a falta de uma maior contextualização para o público que possa não estar tão familiarizado com a instituição.
Teares - 5/10
Com Teares, Mónica Baptista dá-nos a conhecer duas realidades distintas - a da Barragem de Castelo de Bode, cuja construção começou em 1945, e as de três mulheres, nascidas nessa década, que continuam a antiga prática de tecer. A ligação que se pode estabelecer entre as duas é muito ténue e talvez esse seja o principal ponto fraco deste filme.
O interesse do público vai recair maioritariamente sobre a História da barragem e curiosidades a ela associadas. Contudo, o documentário é demasiado extenso e não aproveita a sua duração da melhor forma.
Motu Maeva - 8/10
Maureen Fazendeiro traz-nos um retrato de Sonja, uma aventureira do século XX, a viver numa ilha que ela construiu sozinha: Motu Maeva. Com ela partimos numa bonita e nostálgica viagem ao passado. Invocamos a memória de momentos marcantes, através de imagens filmadas em Super 8.
Com Sonja viajamos no tempo e percorremos o mundo, conhecemos as culturas que a apaixonaram, a sua história de amor... A realizadora, por seu lado, mostra-nos a ilha em que Sonja vive, intercalando presente e passado num resultado que deixa saudades mesmo a quem não viveu aqueles tempos.
Um Filme Perdido - 6.5/10
Eduardo Amaro traz-nos um registo interessante, num desfilar de imagens da sua infância, dos seus pais. Desta forma tenta reconstruir a memória do passado, com um propósito muito bem pensado, enfrentando a morte, a dor e a separação.
O ritmo tranquilo de Um Filme Perdido, apesar das recordações dolorosas, ganha um novo ânimo perto do final, numa justificação que dá toda uma nova dimensão à curta-metragem.
O Indispensável Treino da Vagueza - 6/10
A partir de arquivos do Centro de Arte e Comunicação Visual - Ar.Co e de aulas gravadas, Filipa Reis e João Miller Guerra trazem até nós a experiência de quem frequentou aquela instituição - o realizador foi ali aluno -, intercalando estas imagens com conversas caseiras sobre arte, medos, frustrações e o estado do país.
O Indispensável Treino da Vagueza é uma homenagem à Ar.Co, por ocasião dos seus 40 anos, com um toque de nostalgia, que os próprios realizadores parecem sentir. A frase de Manuel Castro Caldas utilizada na sinopse adequa-se perfeitamente ao filme: “Fazer chegar um novo através de coisas que não são exactamente novas." Parece ser mesmo esta a proposta dos realizadores, mas sente-se a falta de uma maior contextualização para o público que possa não estar tão familiarizado com a instituição.
Teares - 5/10
Com Teares, Mónica Baptista dá-nos a conhecer duas realidades distintas - a da Barragem de Castelo de Bode, cuja construção começou em 1945, e as de três mulheres, nascidas nessa década, que continuam a antiga prática de tecer. A ligação que se pode estabelecer entre as duas é muito ténue e talvez esse seja o principal ponto fraco deste filme.
O interesse do público vai recair maioritariamente sobre a História da barragem e curiosidades a ela associadas. Contudo, o documentário é demasiado extenso e não aproveita a sua duração da melhor forma.
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