*8/10*
Absolutamente louca, assim é esta experiência inacreditável de Noel Marshall, Roar, desaparecido desde a sua estreia, em 1981, e redescoberto recentemente pela Drafthouse Films que o relançou em sala. O MOTELx foi a casa ideal para a sua exibição em Portugal, numa oportunidade única de ver este que é considerado "o filme mais perigoso alguma vez feito".
Em Roar, Marshall é Hank, defensor de vida selvagem, vive em harmonia com cerca de 100 animais selvagens, incluindo chitas, elefantes, leões e tigres numa reserva nas planícies africanas. Quando a sua esposa e filhos chegam para uma visita, uma batalha mortífera pelo domínio entre os leões inicia-se e ameaça as suas próprias vidas. Ao realizador e protagonista, junta-se a sua família na vida real - a sua mulher, Tippi Hedren (Os Pássaros), os seus filhos John e Jerry, e a filha dela, Melanie Griffith.
Presente na sessão desta Sexta-feira no MOTELx esteve o filho do realizador, John Marshall, preparadíssimo para responder a todas as curiosidades do público. O mesmo público que, durante a sessão, temeu pelos actores, tremeu com os "abraços" dos leões, riu-se do tão irreal que tudo parece e abriu a boca de espanto quando se recordou de que tudo era real. Roar é um divertido exercício cinematográfico, cuja perigosidade poderia ter tido um resultado menos bom. Foram muitos os ferimentos durante as filmagens, quer nos figurantes como nos próprios protagonistas - e facilmente encontramos momentos em que se percebe que o felino não está a ser tão meigo como se esperaria.
Certo é que esta única aventura de Noel Marshall na realização já merecia ter voltado aos ecrãs há muito tempo. Um filme único, violento, extremamente perigoso e "delirante", mas, ao mesmo tempo, estranhamente amoroso, na relação ternurenta que acontece entre feras e humanos, num forte apelo do realizador à defesa dos animais selvagens.
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