*7.5/10*
Carlos Conceição surgiu na Competição Portuguesa do Doclisboa'15 com Acorda, Leviatã, uma docuficção original que atinge, em parte, o nível de filme de ficção científica.
O realizador parte de um poema de T. S. Eliot, The Hollow Men, onde o autor repete três vezes a frase “É assim que acaba o mundo”, acrescentando, de seguida: “Não com um estrondo, mas com um gemido”. Em Acorda, Leviatã, do espaço, um terráqueo a recuperar de um coração partido regressa à Terra quando se apercebe de que toda a água do planeta desapareceu.
No filme viajamos da Terra ao espaço e regressamos com o jovem terráqueo, interpretado por João Arrais, acompanhados por uma banda sonora envolvente. Na chegada, resta-nos deserto, vento e areia. A Terra, sem água, é como alguém cujos sentimentos desapareceram, tal como o coração partido da sinopse. O planeta parece partilhar da sua angústia.
Rodado em Angola, Acorda, Leviatã proporciona-nos planos que realçam a grandiosidade das paisagens e do Mundo que nos rodeia. Aberto a diversas interpretações, o filme de Carlos Conceição foi uma boa surpresa neste Doclisboa.
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