segunda-feira, 4 de setembro de 2017

MOTELx'17: Entrevistas - Diogo Lopes (#blessed)

O MOTELx'17 está em Lisboa entre 5 e 10 de Setembro, e para o Prémio MOTELx – Melhor Curta de Terror Portuguesa 2017 estão a concorrer 9 curtas-metragens nacionais: #blessed, de Diogo LopesCarga, de Luís CamposDepois do Silêncio, de Guilherme DanielEntelekheia, de Hugo MalainhoA Instalação do Medo, de Ricardo LeiteMãe QueridaJoão Silva SantosO Candeeiro - Um Filme à Luz de Lisboa, de Henrique Costa e Hugo PassarinhoRevenge Porn, de Guilherme Trindade e Thursday Night, de Gonçalo Almeida.


Continuamos a conhecer melhor os realizadores e filmes nacionais seleccionados. O Hoje Vi(vi) um Filme falou com Diogo Lopes, realizador de #blessed.

De onde surgiu a ideia de fazer este filme?
Diogo Lopes (DL): Da observação do comportamento de algumas pessoas nas redes sociais. A partir daí extrapolei para o exagero e para uma situação de limite. O resultado final é uma sátira, algures entre uma comédia negra e um thriller psicológico.

A febre das redes sociais parece servir de mote para o desenrolar do enredo. Há alguma critica social que queira fazer com #blessed - já que até o título é uma hashtag?
DL: É uma crítica, mas é uma crítica muito branda. A obsessão que algumas pessoas têm pelas redes sociais é algo que me diverte mais do que chateia ou revolta. Acho muita graça às pessoas que usam o facebook como se fosse o google. Dou muito valor às raparigas que em Dezembro se esforçam para arranjar uma desculpa para partilhar uma fotografia de bikini na praia em pleno Verão. Normalmente é o típico "saudades do sol", mas já se começa a ver maior criatividade nesse campo. Por isso eu acho que as redes sociais não se devem levar muito a sério. Eu pelo menos gosto de olhar para elas pelo lado que mais me diverte.


O que pode o público esperar da curta-metragem?
DL: Pode esperar um filme curtinho. Mesmo nesta era em os períodos de atenção são cada vez mais curtos, e as pessoas procuram cada vez mais entretenimento de durações muito reduzidas, pedir dez minutos de solicitude ao público não é um grande descaramento. Na pior das hipóteses, não gostam do filme, mas também não saem muito chateados porque não lhe dedicaram muito tempo.

Tem um elenco com nomes muito conhecidos do grande público. Como foi trabalhar com eles?
DL: Foi óptimo e muito recompensador. Todos eles perceberam de forma muito rápida o que eu pretendia para cada um dos personagens e foi extremamente fácil trabalhar com todos eles. Não sei se esta assimilação se deveu ao facto de eles se reconhecerem um pouco nos seus personagens, mas essa seria uma questão interessante para lhes fazer.

Qual o papel dos festivais de cinema no campo da divulgação do cinema nacional? Que mais pensa que pode ser feito neste campo?
DL: Tem um papel muito importante da divulgação do cinema nacional, especialmente no que toca aos realizadores que estão a começar a dar os primeiros passos. Eu penso que em Portugal já temos um bom número de festivais, que abrangem quase todos os géneros de cinema. Uma área onde se poderia investir um pouco seria na  divulgação.

Sinopse
Duas amigas com demasiada predisposição para esmiuçar as futilidades das redes sociais vêem-se arrastadas para uma confrontação que as irá obrigar a lutar pela vida.

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