*6/10*
Nelson Carlo de Los Santos Arias trouxe Cocote ao Lisbon & Sintra Film Festival. Um filme onde religião, costumes e honra se misturam com a Natureza, a da Terra e a dos Homens.
Alberto, um jardineiro evangélico, regressa à sua terra natal para o funeral do pai, que foi assassinado por um homem poderoso da região. Para chorar a sua morte, é forçado a participar em ritos religiosos que são contrários às suas crenças e à sua vontade.
O realizador joga com a alternância de formatos de imagem, bem como cenas a preto e branco e a cores, explorando um lado experimental nesta longa-metragem que, em alguns momentos, parece ter um tom documental (as cerimónias fúnebres são o melhor exemplo disso).
Cocote embrenha-nos numa cacofonia de rezas, choros e gritos, de diferentes origens que se juntam entre os corpos sem forças ou auto-controlo. A luz é intensa e a câmara de Santos Arias acompanha as cerimónias, as discussões familiares e o desconforto do protagonista no regresso à comunidade onde nasceu mas que não sente como sua.
Alberto vagueia entre o dever de vingança que lhe é imposto pelas irmãs, o confronto com a realidade injusta e revoltante da Republica Dominicana e a espiritualidade.
Cocote conquistou o Prémio Especial do Júri João Bénard da Costa no Lisbon & Sintra Film Festival.
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