"America. They want someone to love, they want someone to hate."
Tonya Harding
*6/10*
A história de Tonya Harding chega ao cinema em jeito de docudrama, pela mão de Craig Gillespie. Eu, Tonya é um filme divertido que vive de duas grandes interpretações femininas: Margot Robbie e Allison Janney.
O que aconteceu, não aconteceu ou talvez tenha acontecido é filmado e dado a conhecer à plateia que, assim, melhor poderá fazer o seu juízo ou, se tal não acontecer, pode pelo menos dar umas boas gargalhadas.
Tonya (Margot Robbie) dominou o gelo com um desportivismo sem precedentes, mas acabou por aparecer nas manchetes dos jornais por razões muito diferentes, protagonizando um dos maiores escândalos da História do desporto. A patinadora artística norte-americana viu o seu futuro no mundo do desporto em risco, ao ver-se envolvida num violento ataque à sua rival, Nancy Kerrigan, mesmo antes das Olimpíadas de Inverno de 1994 em Lillehammer.
Craig Gillespie relata os factos, alternando entre a acção central, que nos mostra a história de Tonya desde a infância, e uma série de entrevistas (baseadas nas dos verdadeiros envolvidos), cheias de sarcasmo e algum humor. Esta opção revela-se pouco eficaz pois quebra o ritmo do filme, tornando-o muito fragmentado. Por outro lado, as personagens falam directamente para a câmara em muitos momentos, fazendo da plateia um cúmplice dos acontecimentos.
Apesar de Eu, Tonya nos apresentar as personagens muito caricaturadas, onde o exagero não tem limites, é o elenco que consegue elevar a longa-metragem a um patamar superior. Margot Robbie reinventa-se na pele da protagonista, expressiva e camaleónica. A actriz assusta-nos (no bom sentido) com alguns olhares e sorrisos, mais ameaçadores e tresloucados do que de simpatia, e revela-se empenhada na pele desta mulher que, desde cedo, viveu num ambiente desequilibrado. Ao seu lado, Allison Janney, a mãe intransigente, que não parece nutrir qualquer amor pela filha. Um dos motivos da desgraça de Tonya. Janney é fabulosa nos gestos, palavras e seriedade com que encara o papel.
Eu, Tonya vale pelas interpretações e trabalho de fotografia e direcção artística. Acima de tudo, desperta a curiosidade para saber mais sobre a verdadeira Tonya Harding e ver imagens da ex-patinadora nos seus tempos áureos na pista de gelo.
2 comentários:
Na época foi um escândalo mundial, mesmo ainda sem existir internet.
Surgiram várias versões do caso.
O grande acerto do filme é a narrativa que beira o humor e explora personagens patéticos.
As atuações de Margot Robbie e Allison Janney também são destaque.
Abraço
Eu, Tonya é uma história estarrecedora não pela sabotagem em si, mas pela trajetória, no mínimo, disfuncional de Tonya. Quando leio que um filme será baseado em fatos reais, automaticamente chama a minha atenção, adoro ver como os adaptam para a tela grande. Tambem recomendo assistir Dunkirk, adorei este filme, é um dos melhores filmes baseadas em fatos reais drama.A história é impactante, sempre falei que a realidade supera a ficção. É interessante ver um filme que está baseado em fatos reais, acho que são as melhores historias, porque não necessita da ficção para fazer uma boa produção.
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