O 24º CineEco Seia - Festival de Cinema Ambiental da Serra da Estrela acontece entre 13 e 20 de Outubro. Em mais uma edição, o evento traz uma selecção de filmes que reflectem sobre o lugar do homem, da economia e da acção individual nas temáticas de preservação ambiental.
Sob o tema dos quatro elementos, a selecção oficial para as secções de competição internacional propõe 50 filmes que vão da arquitectura sustentável, à economia colaborativa, da desconstrução de rotinas à denúncia de algumas das mais poluidoras indústrias mundiais.
A abrir o festival está Mentiras Verdes, de Werner Boote, estreado no Festival de Berlim. Um filme que mapeia as relações entre a economia e a ecologia, que discute e revela os erros de políticas das empresas relativamente aos produtos verdes e promove a necessidade de um consumo e gestão sustentável dos recursos para consumidores.
Na Competição Internacional de Longas Metragens estarão 10 filmes. Desde o apanhado histórico da herança negativa deixada pela plantação de seringueiras na Amazónia pela Ford Company, fazendo o paralelo para as culturas de sucesso dos nossos dias em Muito Além da Fordlândia, de Marcos Colón, à luta de um homem, Anote Tong (presidente do Kiribati), contra a aniquilação do seu país e da sua cultura em A Arca de Anote, de Matthieu Rytz; passando por Ponto sem Retorno, de Noel Dockstader e Quinn Kanaly, uma viagem em torno do primeiro voo inteiramente alimentado a energia solar. O Negócio do Leite, de Andreas Pichler, desconstrói a indústria ligada à produção de leite, de lobbyistas, a produtores de gado, de ONGs a cientistas, pondo a descoberto algumas das verdades de um sistema que gera riquezas à custa da sustentabilidade e preservação do ambiente. (A)Social – 10 dias sem telemóvel, de Lucio Laugelli, reflecte sobre o uso do telemóvel e das redes sociais, enquanto que Utopia Revisitada, de Kurt Langbein, explora modelos alternativos ao sistema capitalista globalizado, através da voz e projectos de quatro empreendedores e activistas sociais que criaram espaços onde é possível cooperar, compartilhar e preservar a natureza. Histórias inspiradoras as de Didi Contractor – Casando a Terra com a Arquitectura, de Steffi Giaracuni, sobre uma arquitecta de 86 anos que continua a trabalhar diariamente para implementar novas soluções de habitação com menos impacto ambiental, ou As Pequenas Galochas Amarelas, de John Webster, uma mensagem deixada por um avô à sua neta sobre o lugar que cada um ocupa no mundo. O debate essencial em torno da exploração comercial da água numa Europa a braços com sucessivas crises é assumido por Até à Última Gota – A Guerra Secreta na Europa, de Yorgos Avgeropoulos; enquanto em DRVO – A Árvore, de André Gil Mata, se dissecam as cicatrizes da guerra na Bósnia.
Utopia Revisitada, de Kurt Langbein |
O CineEco 2018, em colaboração com a Green Film Network (GFN) e a Turismo do Centro, vai organizar também o 1º Fórum Internacional de Festivais de Cinema de Ambiente. Esta iniciativa tem já assegurada a presença de 37 directores de festivais de cinema com esta temática, além de outros oradores internacionais. O objectivo será reunir os 40 festivais de cinema de ambiente mais importantes do mundo, com vista a reforçar os laços e promover o debate e a reflexão sobre a importância das plataformas audiovisuais que promovem mudanças sociais e de sustentabilidade.
Mais informação sobre o CineEco em: https://www.cineeco.pt/
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