*5/10*
Roberto (Rodrigo Lombardi) trabalha há vários anos numa plataforma de petróleo, onde criou fortes laços de amizade. Uma inesperada promoção, no entanto, abala a estabilidade das suas relações profissionais num momento em que também vive uma grave crise familiar.
Somos totalmente absorvidos pela longa-metragem logo no início. Há uma tensão imensa que passa para a plateia só de observar a rotina rigorosa naquela plataforma petrolífera. Recordou-me Deepwater Horizon, de Peter Berg, e persistia em mim o pressentimento de que alguma coisa iria acontecer - fosse um acidente de trabalho ou outras problemáticas relacionadas com a petrolífera.
O certo é que o que acontece é a corrupção do poder do ponto de vista pessoal, e nada mais. O Olho e a Faca perde o equilíbrio que tanto preza e necessita, tal como o protagonista Roberto. Os dilemas que surgem com a promoção não são explorados na plataforma, passando a vida pessoal a dominar, onde nem uma amante falta.
Corvos e gatos pretos aparecem como que para predizer a tragédia, mas entram na narrativa de forma pouco natural e persistente. Depois, muito se filosofa e pouco se conclui. O enredo familiar toma conta da longa-metragem de Paulo Sacramento e não chega a lado nenhum, transformando-se numa novela apenas.
Já do ponto de vista técnico, há um trabalho fabuloso. Os planos, a fotografia e o som são os pontos verdadeiramente fortes de O Olho e a Faca. Mas o argumento não condiz em nada com a beleza visual e só fica uma incompletude total.
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