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quinta-feira, 23 de maio de 2019

FESTin'19: Vencedores

Todas as Canções de Amor, de Joana Mariani, foi o grande vencedor da 10.ª edição do FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, que decorreu entre 15 e 22 de Maio, em Lisboa. Os premiados foram anunciados na cerimónia de encerramento, que aconteceu esta Quarta-feira, dia 22, no Cinema São Jorge.


Todas as Canções de Amor foi o filme escolhido pelo júri, composto pela realizadora Margarida Leitão, o gestor cultural Bernardo Vilhena e o embaixador Lauro Moreira. Foi ainda atribuído o prémio de Melhor Realizador para Aly Muritiba (Ferrugem), Melhor Actor para Daniel de Oliveira (Aos teus Olhos) e Melhor Actriz para Tifanny Dopke (Ferrugem).

Ferrugem, de Aly Muritiba, conquistou o prémio para Melhor Filme do Júri da Crítica, composto por Duarte Mata, Rui Alves de Sousa e Samuel Andrade. Foi ainda atribuída uma Menção Honrosa a Boni Bonita, de Daniel Barosa. Por sua vez, Unicórnio foi o favorito do público.

Lusófonas, de Carolina Paiva, foi eleito Melhor Documentário e Início do Fim, de Francisco Júnior Gonçalves, recebeu uma Menção Honrosa na mesma categoria. Já o Público escolheu O Pequeno Escritor, de Júlio Silva. Nas curtas-metragens, Viagem de Ícaro, de Kaco Olimpio e Larissa Fernandes, venceu o prémio para Melhor Curta e Grito, de Luiz Cassol, recebeu uma Menção Honrosa. O Público escolheu Mambo, de Nuno Barreto. O Prémio Festinha para Melhor Filme Infantil foi para A Zeropeia, de Rodrigo Guimarães.

terça-feira, 21 de maio de 2019

FESTin'19: O Olho e a Faca (2018)

*5/10*

O Olho e a Faca, de Paulo Sacramento, fez parte da programação FESTin 2019. Que pena um filme tecnicamente irrepreensível se perder num argumento confuso e novelesco.

Roberto (Rodrigo Lombardi) trabalha há vários anos numa plataforma de petróleo, onde criou fortes laços de amizade. Uma inesperada promoção, no entanto, abala a estabilidade das suas relações profissionais num momento em que também vive uma grave crise familiar.

Somos totalmente absorvidos pela longa-metragem logo no início. Há uma tensão imensa que passa para a plateia só de observar a rotina rigorosa naquela plataforma petrolífera. Recordou-me Deepwater Horizon, de Peter Berg, e persistia em mim o pressentimento de que alguma coisa iria acontecer - fosse um acidente de trabalho ou outras problemáticas relacionadas com a petrolífera.


O certo é que o que acontece é a corrupção do poder do ponto de vista pessoal, e nada mais. O Olho e a Faca perde o equilíbrio que tanto preza e necessita, tal como o protagonista Roberto. Os dilemas que surgem com a promoção não são explorados na plataforma, passando a vida pessoal a dominar, onde nem uma amante falta.

Corvos e gatos pretos aparecem como que para predizer a tragédia, mas entram na narrativa de forma pouco natural e persistente. Depois, muito se filosofa e pouco se conclui. O enredo familiar toma conta da longa-metragem de Paulo Sacramento e não chega a lado nenhum, transformando-se numa novela apenas.


Já do ponto de vista técnico, há um trabalho fabuloso. Os planos, a fotografia e o som são os pontos verdadeiramente fortes de O Olho e a Faca. Mas o argumento não condiz em nada com a beleza visual e só fica uma incompletude total.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

FESTin'19: Aos Teus Olhos (2017)

*7/10*

Aos Teus Olhos, de Carolina Jabor, marcou a sessão de abertura do FESTin, num registo crítico sobre o poder das redes sociais. Ao mesmo tempo, a longa-metragem lembra-nos o dinamarquês The Hunt - A Caça, de Thomas Vinterberg, com a temática do abuso sexual de menores a pairar, tal como a dúvida que assola mais a plateia que as personagens do filme. Aos Teus Olhos mostra-nos como é fácil condenar sem julgamento - algo cada vez mais comum nos tempos que correm, infelizmente.

Um professor de natação é acusado pela família de um aluno de sete anos de ter dado um beijo na boca da criança durante uma aula. O professor passa a ter sua moral questionada por pais, alunos e funcionários do clube onde trabalha e até pela polícia, antes mesmo da denúncia ser comprovada, com consequências inimagináveis.


Afinal, onde está a verdade? A realizadora deixa-nos tirar as nossas próprias conclusões. Há um enorme equilíbrio na forma como nos apresentam a história, com isenção e sem juízos de valor. Não lhe falta coragem para abordar temas tão actuais e até mesmo sensíveis nesta era das fake news, mas talvez pudesse ir ainda mais além. 

Num Brasil quente e tropical, são as cores frias que abundam, a condizer com a tensão que se sente. A água parece ser refúgio para todos esquecerem os problemas ou, pelo menos, para fugirem deles. Os planos geométricos enquadram todos quase que numa prisão. Olhamos para as personagens  e encontramos nas suas atitudes segredos e instabilidade emocional, seja na directora do clube ou nos pais das crianças.


Daniel de Oliveira tem um excelente desempenho, num desespero que contrasta com a descontracção e humor iniciais. A personagem vê-se num sofrimento atroz ao ver a vida arruinada e que todos o acusam.

Aos Teus Olhos é uma surpresa muito positiva e que faz reflectir sobre o mundo em que vivemos, tão vidrado nos ecrãs. Falta encarar mais e acusar menos com a protecção fictícia das redes sociais. Neste aspecto, o filme de Carolina Jabor é uma lição.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

FESTin 2019: Programa

A 10.ª edição do FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa acontece entre os dias 15 e 22 de Maio, no Cinema São Jorge, Instituto Cervantes, Fórum Lisboa e Cinema City Alvalade.


Entre curtas e longas-metragens, serão exibidos 45 filmes na edição de 2019. Aos Teus Olhos, de Carolina Jabor, será o Filme de Abertura do festival, e aborda o linchamento público de suspeitos de assédio sexual, através de aplicativos e redes sociais. Miguel Falabella e Marisa Orth estarão em Lisboa para lançamento de Sai de Baixo – o Filme, que marcará o encerramento da 10.ª edição do FESTin, no dia 22 de Maio.

O drama adolescente, Ferrugem, de Aly Muritiba, Unicórnio (Patricia Pillar vem apresentar o filme), de  Eduardo NunesBoni Bonita,  de Daniel Barosa, Todas as Canções de Amor, de Joana Marianie, O Olho e a Faca, de Paulo Sacramento são alguns dos títulos a exibir no FESTin.

Na Competição de Documentários encontramos o filme angolano Início do Fim, que narra a realidade da imprensa e da democracia após as eleições do país em 1992; a coprodução entre Portugal e Cabo Verde Tarrafal – Dez Pancadas no Carril, que aborda a representação emblemática da repressão salazarista; e Missão 115 reconstrói um atentado à bomba que tentava frustrar a democratização do Brasil, em 1981.

As problemáticas do universo feminino surgem em três obras: Marias da Sé, Saudade Mundão e Lusófonas. Em O Incerto Lugar do Desejo, uma mulher analisa o papel deste item na sua vida. De Moçambique, chega O Menino Escritor, a história de uma criança que ganha dinheiro nas ruas a memorizar livros.

Fora da Competição, encontramos o universo indígena em Ex-Pajé, de Luiz Bolognesi o documentário Karingana – Licença para Contar reúne a cantora brasileira Maria Bethânia e os escritores Mia Couto, moçambicano, e José Eduardo Agualusa, angolano.

O FESTin apresenta ainda a Competição de Curtas-Metragens, a Mostra do Cinema Brasileiro, o FESTin + para 3.ª idade e a Mostra Latim – a Língua em Movimento. Nas actividades paralelas, destaque para a masterclass da argumentista Júlia Priolli e para a mesa redonda sobre coprodução audiovisual entre países da língua portuguesa.

Mais informações sobre o Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa em http://festin-festival.com.