*6/10*
Sinónimos, de Nadav Lapid, foi o Filme de Encerramento do IndieLisboa'19. O realizador israelita carrega a longa-metragem de sarcasmo e constrói uma história quase inacreditável, inspirada na sua própria experiência de vida.
Seguimos Yoav (Tom Mercier), um jovem israelita, que vai para Paris, com a ajuda de um simples dicionário hebraico-francês, na esperança de que França e os franceses o salvem da loucura do seu país. Em Paris, as coisas não começam muito bem para Yoav, mas ele está determinado a livrar-se da sua nacionalidade o mais rápido possível. Para ele, ser israelita é como um tumor que precisa de ser removido cirurgicamente.
Sinónimos é um filme que pode provocar sentimentos antagónicos. Deambula entre o absurdo, o sarcástico, a sátira e a crítica, mas, ao mesmo tempo, não chega a bom porto. Há uma hipérbole constante desde o início, onde todas as situações parecem ser elevadas ao mais ridículo possível - e há realmente momentos que têm impacto e cuja crítica social é certeira.Com uma boa interpretação de Tom Mercier, a personagem de Yoav, apesar de determinada, é construída também no exagero. Os dilemas do israelita que quer ser francês estão presentes e preenchem os espaços vazios, mas o drama existencial parece levado demasiadamente a brincar, quase em negação. Yoav nega-se a falar hebraico e esforça-se ao máximo para se tornar num francês.
Nadav Lapid crítica veementemente Israel e não tem qualquer pudor em mostrá-lo ao mundo. Um filme essencialmente provocador.
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