O Doclisboa'19 acontece de 17 a 27 de Outubro e terá Longa Noite, de Eloy Enciso, a abrir e Technoboss, de João Nicolau, a encerrar o festival.
Eloy Enciso regressa ao Doclisboa com Longa Noite como Filme de Abertura, onde nos apresenta o regresso de Anxo (Misha Bies Golas) à sua vila natal, no meio rural galego. Um filme inspirado em cartas, peças e memórias do regime franquista, que nos conduz a uma reflexão sobre a sociedade espanhola pós-Guerra Civil e sobre a sociedade contemporânea.
As honras de encerramento cabem a João Nicolau e ao seu Technoboss. O filme apresenta-nos Luís Rovisco (Miguel Lobo Antunes), sexagenário divorciado, que, perto da reforma enquanto director comercial da empresa SegurVale – Sistemas Integrados de Controlo de Circulação, é levado até ao Hotel Almadrava, onde se reencontra com uma antiga paixão: Lucinda (Luísa Cruz).
Na secção Heart Beat, destaque para o documentário Zé Pedro Rock'n'Roll, de Diogo Varela Silva, sobre o lendário guitarrista dos Xutos e Pontapés. Também serão exibidos The Quiet One,de Oliver Murray, sobre a vida e carreira de Bill Wyman, membro fundador dos Rolling Stones; The Cavern Club: The Beat Goes On, de Christian Francis-Daives e Jon Keats, sobre a história e o renascimento do Cavern Club, o clube onde os Beatles tocaram 292 vezes e que, nos dias de hoje, recebe artistas como Arctic Monkeys e Adele; Oh Les Filles!, de François Armanet, mostra-nos a história das estrelas rock francesas, desde Françoise Hardy a Christine & The Queens, Charlotte Gainsbourg, Vanessa Paradis, entre outras; Daniel Darc, Pieces of My Life, de Thierry Villeneuve e Marc Dufaud, sobre o vocalista dos Taxi Girl (banda de culto dos anos 80), com imagens inéditas e íntimas filmadas durante 25 anos; Dorival Caymmi – Um Homem de Afectos, de Daniela Broitman; e Everybody’s Everything, de Sebastian Jones e Ramez Silyan, um retrato de Lil Peep, que criou e que trouxe ao mundo musical mainstream uma mistura única entre o punk, o emo e o trap; The Sound of Masks, de Sara Gouveia; e The Bridge, de Paulo Raposo.
Haverá ainda uma sessão especial cine-concerto, que começa com a exibição do filme Mistérios Negros, de Pedro Lino, musicada ao vivo pelo compositor Philippe Lenzini. Segue-se depois a cine performance documental O intendente é um lugar psicológico, em que Tiago Pereira filma e conceptualiza, e Sílvio Rosado compõe e toca.
O mais recente filme de Abel Ferrara, The Projectionist, terá estreia nacional no Doclisboa. Trata-se de um documentário sobre a vida e carreira de Nicolas Nick Nicolaou, amigo do realizador que se tornou um dos últimos proprietários de cinemas independentes em Nova Iorque. A secção Heart Beat apresenta ainda Banquete Coutinho, de Josafá Veloso, sobre a obra de Eduardo Coutinho; Forman vs Forman, de Helena Trestikova e Jakub Hejna, um registo de colagem de arquivos particulares e oficiais raros do realizador Miloš Forman, desde os primeiros passos enquanto um dos impulsionadores da New Wave Checa, até à sua vida e carreira nos Estados Unidos; Delphine and Carole, de Callisto Mc Nulty, que ilustra o encontro entre a actriz e a video artist, que destaca o seu papel, a sua influência e o seu trabalho com o movimento feminista dos anos 70; Talking About Trees, de Suhaib Gasmelbari, mostra-nos o encontro de quatro amigos cineastas, que, após anos de distância e exílio, se reúnem para voltar a um antigo sonho: tornar realidade o cinema no Sudão; entre outros.
Nas retrospectivas do Doclisboa encontramos Ascensão e Queda do Muro - O Cinema da Alemanha de Leste, no ano em que se comemoram os 30 anos da queda do Muro de Berlim. Esta retrospectiva tem como objectivo mostrar a abundância de formas e temas nas produções cinematográficas da Alemanha Oriental, censuradas ou não: filmes de propaganda e proibidos, ficções e documentários, curtas e longas, realizados por várias gerações de cineastas, incluindo Konrad Wolf, Gerhard Lamprecht, Karl Gass, Winfried Junge, Gerhard Klein, Jürgen Böttcher, Volker Koepp, Iris Gusner, Andreas Voigt, Helke Misselwitz e Thomas Heise, Thomas Plenert, etc.
Também Jocelyne Saab é alvo de uma retrospectiva este ano. Nascida em 1948, no Líbano, em 1973 começa a trabalhar como jornalista radiofónica entre Paris e Beirute. Mas quando, em 1975, regressa à sua cidade para contar a guerra no Líbano que estava prestes a começar, decide fazê-lo através de uma câmara. A reportagem de guerra marcará toda a evolução artística de Saab, que foi também fotógrafa e artista visual, e cruzará por diversas vezes as fronteiras entre ficção e documentário.
Mais informações sobre o festival pode ser encontrada em https://www.doclisboa.org/2019/.
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