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Da secção Corpo de Trabalho, Underground, de Jeong-keun Kim, é um retrato dos trabalhadores do metropolitano de Busan, na Coreia do Sul, as suas rotinas e dedicação, mas também um reflexo da precariedade e da modernização que tem vindo a substituir pessoas por máquinas.
"Há muitas pessoas nas composições do metropolitano a correr sem fim de um lado para o outro no centro da cidade. Há pessoas que gerem este espaço condigno 'subterrâneo' quando toda a gente passa pelo subsolo para a vida 'em terra' de forma apressada. Sob o mundo ruidoso de hoje, aproximamo-nos delas, para ver como é a vida debaixo da terra."
Desde a manutenção de carruagens e de cada peça que as constitui, passando pela imprescindível limpeza, separação do lixo, até aos maquinistas, os túneis e estações de metropolitano de Busan não param, seja dia ou noite. Jeong-keun Kim filma o trabalho dedicado e minucioso que acontece tanto nas fábricas como no espaço subterrâneo, mas também as pausas dos empregados.
Sem grande interferência, o realizador revela-nos os bastidores de uma realidade onde circulam milhares de pessoas por dia, e onde maquinistas, revisores, seguranças, inspectores, empregados de limpeza e mecânicos são imprescindíveis - mesmo que quase invisíveis - para que tudo funcione.
Ao mesmo tempo, assistimos às aulas dos jovens que ambicionam trabalhar futuramente no metropolitano - uns mais decididos que outros -, mas também às lutas sindicais pelos direitos dos trabalhadores, o fim da precariedade, e no choque que as novas tecnologias têm trazido ao mercado laboral, também nos transportes.
Underground é um retrato actual e pertinente para melhor compreendermos a realidade laboral dos tempos mais recentes, bem como uma verdadeira tomada de consciência de tudo o que é necessário para que um sistema de transportes funcione com segurança e fiabilidade.
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