*5/10*
Work or to Whom Does the World Belong, de Elisa Cepedal, leva-nos às minas das Astúrias, desde o seu surgimento às décadas de trabalho, movimentações sindicais, forte repressão pela ditadura de Franco, chegando até às greves dos anos 90.
"Uma zona residencial volta a ser um campo de batalha nos confrontos entre grevistas e Polícia. Após o fracasso da última greve, os trabalhadores têm de escolher entre a acção e a apatia. O filme observa uma comunidade mineira pelo prisma da etnoficção enquanto esta negoceia o declínio da mesma indústria que permitiu o seu surgimento. Um longo período de desindustrialização que afecta a região inteira dá lugar a uma paisagem decadente de bocas de minas e aterros de entulho."
Actualmente, os trabalhadores e sindicatos não sabem como lidar com os efeitos da transição energética numa zona que sempre viveu das minas de carvão. Se, por um lado, compreendem a problemática da poluição da indústria onde trabalham, também consideram que têm de ser criados empregos para fazer face aos postos de trabalho que se perdem com a desactivação das minas.
Elisa Cepedal utiliza uma narração em inglês, que relata os momentos históricos que mais marcaram os trabalhadores daquele local e a sua importância nas Astúrias, na Espanha e no Mundo. Utiliza ainda um excerto do filme Kuhle Wampe oder: Wem gehört die Welt (1932), de Slatan Dudow, onde se trava um aceso debate de opiniões, predominando a visão do trabalho mais à esquerda.
Work or to Whom Does the World Belong é um filme que aborda as principais mudanças na indústria (e mesmo nos sindicatos), agora com o abandono das energias poluentes e os desafios que se impõem às comunidades que sempre viveram e se construíram em redor e em função das minas - actualmente, decadentes e abandonadas.
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