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É Rocha e Rio, Negro Leo, de Paula Gaitán, foi exibido no âmbito do programa Espaços da Intimidade, do Doclisboa'20. A realizadora apresenta-nos um retrato do seu genro, o músico Negro Leo, de uma perspectiva intimista e quase familiar, filmando-o na descontracção de sua casa, reflectindo sobre várias temáticas.
"Uma tarde com o músico, compositor, poeta, sociólogo e pensador Negro Leo. Ele expressa as suas ideias sobre o desenvolvimento da música bem como sobre a política brasileira e internacional, a ascensão das religiões neopentecostais e a sua obsessão pelas redes sociais, fazendo um paralelo com a sua própria vida."
Paula Gaitán coloca-nos no espaço de intimidade do artista e família, deixando-o à vontade para falar sobre si, as suas influências, bem como dos seus pontos de vista quando à política, a influência das redes sociais em campanhas eleitorais, o racismo e as quotas nas universidades, a religião, entre outros temas. É Rocha e Rio, Negro Leo faz-nos construir uma imagem do músico, tendo em conta também a sua formação nas ciências sociais, com opiniões bem vincadas e justificadas.
A casa de Negro Leo assume um lugar mais central, quando o protagonista nos apresenta as suas influências musicais ao longo dos anos - entre elas, Yma Sumac, Stevie Wonder ou Maria Bethânia - através dos seus discos de vinil a rodar no gira-discos. A meio do filme a realizadora mostra-nos interpretações experimentais do músico (que regressam para encerrar o documentário), numa experiência especialmente imersiva.
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