domingo, 27 de dezembro de 2020

Crítica: O Caso Collini / The Collini Case (2019)

*7.5/10*

O Caso Collini, de Marco Kreuzpaintner, recupera os fantasmas do nazismo num policial inspirado no livro de Ferdinand Von Schirach. Para além da análise histórica, o filme leva-nos numa investigação profunda e dá-nos uma lição cinematográfica de direito, com grandes momentos de tensão em tribunal.

"Caspar Leinen (Elyas M'Barek), um jovem e inexperiente advogado, é posto à prova quando apontado pelo tribunal como advogado de defesa de Frabrizio Collini (Franco Nero), um cidadão exemplar italiano que durante mais de 30 anos trabalhou na Alemanha e que, sem motivo aparente, mata Hans Meyer (Manfred Zapatka), um respeitado empresário, na suite do seu hotel em Berlim."

Coincidências e mistério rodeiam o caso que o advogado recém-formado aceita, sem imaginar as repercussões dessa decisão. Caspar Leinen aprende muito ao longo do julgamento do seu cliente, tão enigmático e nada cooperante. E, na batalha judicial, vai percebendo as manobras da acusação que se aproveita da sua inexperiência para juntar alguns trunfos. 

O Caso Collini leva Leinen e a plateia numa viagem ao passado em busca das motivações do crime, e descobrindo as ligações de Hans Meyer - a vítima - ao exército alemão e às SS, durante a Segunda Guerra Mundial.

Marco Kreuzpaintner cria um filme capaz de prender a atenção do espectador, dinâmico e com suspense bem medido, revelando cada nova pista e novo segredo com precaução. O mistério não será tão fácil de resolver e acompanharemos as dúvidas e hesitações do advogado de defesa ao longo da investigação.

O Caso Collini recupera os crimes sem punição do passado alemão, num exercício de superação pessoal, avaliando a Lei ao longo das décadas, sempre comandado por um forte desejo de justiça.

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