*7/10*
"Uma viagem misteriosa pela escuridão do submundo parisiense: túneis, galerias, esgotos. Levado por uma vontade de arquivar e confrontar a profundidade, um jovem equipado com uma corda atravessa órgãos, artérias e membros abandonados da capital."
Um documentário claustrofóbico, que vagueia por túneis estreitos, desce pontes, explora galerias, vagueia entre canos e fios, e foge quando a situação parece complicar - seja por estarem quase a ser apanhados por gente ou por gases desconhecidos.
E tanto nos túneis do metro, pelo meio dos dejectos, junto das ratazanas, ou nas galerias espaçosas onde se encontram os mais variados objectos, En contrebas faz aumentar a adrenalina, e também a plateia se contorce na cadeira para conseguir passar pelas aberturas mais pequenas ou menos corredores mais apertados.
A rebeldia de Salvador parece-se mais com uma admiração pelo submundo. Ele fala da sua experiência com um endeusamento apaixonado, conferindo-lhe uma espiritualidade que nem todos conseguirão compreender. A cidade é, a seu ver, entendida como um corpo, e é ali debaixo que estão os seus órgãos e artérias. É isso que é importante conhecer para o protagonista, é ali que se encontra a intimidade com Paris.
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