quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Crítica: Small Axe - Alex Wheatle (2020), de Steve McQueen

*6/10*

Alex Wheatle é o quarto episódio da minissérie Small Axe, de Steve McQueen. O filme biográfico apresenta-nos a história verídica do escritor Alex Wheatle, desde a infância ao início da vida adulta.

"Depois de passar a infância num asilo institucional predominantemente branco, sem amor ou família, ele encontra pela primeira vez um sentido de comunidade em Brixton, assim como a descoberta da sua identidade e paixão pela música, tornando-se DJ. Ao ser preso durante a Revolta de Brixton de 1981, ele confronta o passado e vê um caminho para a cura."

O racismo intrínseco das instituições londrinas dos anos 70 e 80 volta a estar no centro desta longa-metragem de Steve McQueen. Seja pela polícia, seja na escola ou no orfanato, Alex é maltratado, injustiçado e subjugado. Apenas quando chega a Brixton a sua identidade começa a formar-se, com todos os erros e lições de vida que isso acarreta. É a partir da prisão que conhecemos a sua história,  através de vários flashbacks ao longo do filme, enquanto a recorda e relata ao seu colega de cela.

O estreante Sheyi Cole interpreta o protagonista, incorporando, com talento, as diversas mudanças na forma de estar, vestir, andar e até falar - uma estreia auspiciosa. A revolta transforma-se em vontade de crescer intelectualmente e compreender a sua própria origem e História.


Alex Wheatle não será o mais dinâmico filme desta antologia, mas traz-nos mais um testemunho real e brutal, destacando a perseverança e a vontade de vingar e percorrer os sonhos. Eis também uma oportunidade para conhecer melhor o premiado escritor e a sua obra.

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