quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Crítica: Harriet (2019)

"I'm gonna be free or die."

Harriet

*6.5/10*

Harriet, de Kasi Lemmons, é um filme biográfico sobra uma mulher histórica na luta pela abolição da escravatura nos EUA. Uma obra feminista cheia de empoderamento, que clama igualdade e justiça por todos os poros.

"Harriet foi uma heroína abolicionista que conquistou a liberdade e batalhou para que dezenas de escravos conseguissem fugir através das rotas da Underground Railroad, durante a Guerra Civil, tornando-se uma forte activista política. Escapou, percorreu cerca de 200 km rumo à liberdade e regressou para ir buscar os seus. Lutou e conseguiu mudar uma nação."

A realizadora Kasi Lemmons centra-se na perspectiva da protagonista, as suas motivações, a sua família e o seu dom - uma relação quase sobrenatural com Deus, que confere um certo misticismo à sua jornada. Harriet carrega o peso da heroína e dos seus feitos quase inacreditáveis, uma mulher que dedica a vida a libertar os seus semelhantes da escravatura, levando-os para um lugar seguro, e que nunca desiste, sejam quais forem as adversidades.

A direcção artística apresenta um trabalho esmerado ao representar a época, e o guarda-roupa molda ainda mais a personalidade forte de Harriet, qual guerreira, sob disfarce (muitos chamavam-lhe Moses, por pensarem ser um homem, que vinha libertar o seu povo).

A longa-metragem não retrata os actos grotescos e violentos que caracterizam a escravatura, como outros títulos tão bem têm demonstrado. Foca-se mais na forma humilhante e dominadora, também em termos psicológicos, com que os donos das terras tratavam os seus escravos.

Cynthia Erivo tem a coragem, a presença e o carisma necessários para encarnar esta mulher guerreira. Harriet preza a liberdade como ninguém, e entre desgostos e sofrimento, tem uma vontade infindável de lutar contra a injustiça.

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