quinta-feira, 15 de julho de 2021

Crítica: A Voz Humana / The Human Voice (2020)

*7/10*


Do amor obsessivo, à desconstrução do Cinema, Tilda Swinton enche o ecrã - ao lado de um talentoso actor canino -, no mais recente filme de Pedro Almodóvar, A Voz Humana

Filmado durante a pandemia, eis o primeiro filme em língua inglesa do cineasta espanhol, inspirado na peça de teatro homónima de Jean Cocteau.

A Voz Humana conta "a história de uma mulher frustrada e solitária que vê o tempo a passar ao lado das malas do seu amante e de um cão inquieto que não entende que o seu dono o abandonou. Dois seres vivos enfrentam agora o vazio e a loucura do abandono"

Tilda Swinton conduz-nos dentro e fora do cenário, neste exercício de estilo e de desconstrução. O monólogo credível e intenso que tem ao longo dos 30 minutos de duração da curta-metragem, fá-la extrapolar a raiva e os ciúmes; e os seus gestos ameaçam acções irreflectidas. 


Pedro Almodóvar está todo ele em cena, quer pelo visual colorido e original que lhe é tão característico, espelhado na direcção artística e guarda-roupa de cores vibrantes; quer pela protagonista, ela própria mais uma mulher "à beira de um ataque de nervos".

A Voz Humana é uma purga de sentimentos e emoções para seguir em frente.

Sem comentários: