O AR – 6.º Festival de Cinema Argentino acontece de 12 a 18 de Agosto no Cinema Ideal, em Lisboa.
O evento, que foi cancelado em 2020 e alguma vezes adiado este ano, regressa agora com foco na temática dos afectos. São várias as obras no programa que "pensam e reflectem sobre os laços familiares, amorosos, de amizade, entre mães e pais e filhos, laços afectivos que se nutrem com lugares, espaços e determinados tempos".
Serão sete longas-metragens, acompanhadas por sete curtas, e a estreia de uma secção dedicada ao cinema de animação para toda a família, o Arzinho, cujo programa será em torno do conceito de família.
A abrir o AR está Qué será del Verano, de Ignacio Ceroi, que "começa com a autobiografia do realizador que, num registo íntimo de voz off e imagens em found footage, se vai deixando levar pelas histórias lúdicas e destemidas do protagonista de uma espécie de ficção abalroada". A curta-metragem de abertura é Yo Maté a Antoine Doine, de Nicolás Prividera, que discute a importância da Nouvelle Vague no cinema contemporâneo.
A encerrar o festival estará La Deuda, de Gustavo Fontán, "um filme que ilumina o paradoxo de sentir-se longe das pessoas mais próximas num momento de incerteza económica cujas consequências inevitavelmente se cravam no plano familiar". A longa-metragem será exibida juntamente com a curta El Hombre Bajo la Lluvia, de María Aparicio.
El Silencio es un Cuerpo que Cae, de Agustina Comedi, será exibido com a curta Playback – Ensayo de una Despedida, da mesma realizadora. Ambos os filmes "mergulham numa reflexão pessoal sobre a perda mas que se expande e transcende o universo familiar e aborda um dos momentos mais tensos da história da Argentina". Familia Sumergida, de María Alché, aborda a temática da morte no seio da família. Já Suquía, de Ezequiel Salinas, é a curta desta sessão.
Las Buenas Intenciones, de Ana García Blaya, acompanha um pai e uma mãe divorciados, e três filhos pequenos, "uma família a fazer o que pode numa combinação de ficção e de arquivo doméstico da própria realizadora". A curta-metragem desta sessão é Bicicletas, de Cecilia Kang, onde "duas bicicletas ficam presas pelo mesmo cadeado e isso transforma-se em premissa para falar de ciúmes e de crises pessoais".
Fin de Siglo, de Lucio Castro, revela-se "uma análise sobre o tempo, a identidade, a memória e o desconcerto. E no meio, a vida a passar, com toda a sua beleza e energia". A acompanhar está a curta Blue Boy, de Manuel Abramovich, em que "a câmara se transforma em cliente de sete prostitutos em Berlim num ensaio sobre a performatividade das relações de poder".
El Tiempo Perdido, de María Álvarez, "celebra o encontro, a sensação de família fora do sangue". Nesta sessão, passa ainda a curta El Brazo del WhatsApp, de Martín Farina, que "segue astutamente a conversa de um grupo de amigos e, ao mesmo tempo, constrói um arquétipo da subjetividade no país das Pampas".
A secção Arzinho é composta por dois filmes de animação: El Patalarga, de Mercedes Moreira, "uma aventura de três amigos valentes, nobre e deliciosa, realizada em “cut out” (figuras em papel e imagens fotografadas de cima e montadas)"; e Ánima Buenos Aires, de María Verónica Ramirez, que, em quatro histórias, nos apresenta "uma Buenos Aires cheia de charme, de mistérios e de personagens ocultos".
Mais informações sobre o AR - Festival de Cinema Argentino em https://arcinemaargentino.com/.
Sem comentários:
Enviar um comentário