A 16.ª edição do MOTELX - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa acontece de 6 a 12 Setembro, e já são conhecidos os primeiros destaques da programação. Para além do Cinema São Jorge, este ano o evento estende-se a outros espaços como o Teatro São Luiz, o Convento São Pedro de Alcântara e o Museu de Lisboa - Palácio Pimenta.
Entre os destaques desta edição está a estreia nacional de Final Cut, do realizador francês Michel Hazanavicius. Trata-se de um remake de One Cut of Dead (Japão, 2017), protagonizado por Romain Duris e Bérénice Bejo, "onde uma equipa em rodagem de um filme low budget sobre zombies é atacada por zombies reais". Também o novo filme de Dario Argento, Dark Glasses, faz parte da programação do MOTELx 2022.
Entre os títulos internacionais já anunciados, encontram-se Holy Spider, de Ali Abbasi (França, Alemanha, Suécia, Dinamarca, 2022), Huesera, de Michelle Garza Cervera (México, Peru, 2022), Hunt, de Lee Jung-jae (Coreia do Sul) ou Wolfskin, de Jacques Molitor (Luxemburgo, 2022). Juntam-se ainda os portugueses Criança Lobo (2022), de Frederico Serra, um folk horror "sobre uma lenda numa assustadora aldeia portuguesa", e ainda Os Demónios do Meu Avô (2022), de Nuno Beato, "a primeira longa-metragem de animação stop motion feita em Portugal".
Terror em Português ao longo da História
Um dos momentos-chave do festival será o lançamento do livro O Quarto Perdido do MOTELX - Os Filmes do Terror Português (1911-2006), um registo inédito, resultado de uma pesquisa feita ao longo de 10 anos, "sobre a cinematografia de terror lusitana desconhecida, sublinha a evolução do género no país até um ano antes da primeira edição do festival".
A propósito, a secção Quarto Perdido celebra Paulo Branco, o maior produtor de cinema português, com três filmes listados no livro que ainda não foram exibidos no festival: O Convento (1995), de Manoel de Oliveira, O Fascínio (2003), de José Fonseca e Costa, e Coisa Ruim (2006), de Tiago Guedes e Frederico Serra. Paulo Branco vai marcar presença no MOTELx para falar das suas experiências enquanto produtor.
Destaque para o centenário Os Crimes de Diogo Alves (1911), de João Tavares - "o primeiro filme de terror português com materiais fílmicos e o preferido de Bernardo Sassetti (1970-2012). Em memória do músico, desaparecido há dez anos, e em parceria com a Casa Bernardo Sassetti, o MOTELX apresenta, no Teatro São Luiz, esta película muda com a música do pianista interpretada em tempo real por um combo da Escola Superior de Música de Lisboa".
Este ano, o MOTELx terá um dia especial dedicado ao projecto FILMar - operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa e pelo fundo europeu EEA Grants, que visa restaurar e digitalizar cinema relacionado com o mar -, em torno da temática Terror e Mar, com retrospectivas e debates.
Sessões Especiais
Entre as Sessões Especiais desta edição, encontram-se A Praga (Brasil, 2021), "uma cópia perdida e recentemente encontrada e restaurada, do 'pai' do cinema de terror brasileiro, José Mojica Marins (1936-2020)", e A Última Praga de Mojica (Brasil, 2021), de Cédric Fanti, Eugênio Puppo, Matheus Sundfeld e Pedro Junqueira, "sobre o resgate deste filme inédito, do criador da personagem de culto Zé do Caixão (um agente funerário sádico que aterrorizou os espectadores a partir de 1964 com À Meia Noite Levarei Sua Alma)".
Prémio SCML MOTELX - Melhor Curta Portuguesa
A competir pelo Prémio SCML MOTELX - Melhor Curta Portuguesa estarão 12 filmes: O Caso Coutinho (2022), de Luís Alves, Cronos (2022), de João Pico, Cemitério Vermelho (2022), de Francisco Lacerda, Matrioska (2021), de Joana Correia Pinto, Igor (2021), de Rafael Almeida, Misericórdia (2021), de Gonçalo Loureiro, The Muppet-Face (2022), de Ricardo Machado, Reverso (2022), de André Szankowski, Vara (2022), de Inês Albuquerque, Quando a Terra Sangra (2022), de João Morgado, Uma Piscina (2021), de Carolina Aguiar, e Vórtice (2022), de Guilherme Branquinho.
Warm-Up de 1 a 3 de Setembro
Em antecipação do MOTELx, acontece o habitual Warm-Up MOTELX SCML, de 1 a 3 de Setembro, que conta com a projecção de O Fauno das Montanhas (Portugal, 1926), de Manuel Luís Vieira, com música interpretada ao vivo pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, no jardim do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta - em colaboração com o programa FILMar, em parceria com a Cinemateca Portuguesa, e integrado na programação do Lisboa na Rua/EGEAC.
Para comemorar o centenário de Nosferatu (Alemanha, 1922), de F.W. Murnau, o festival vai proporcionar "uma experiência sonora e visual imersiva em torno do imaginário do filme, no Convento São Pedro de Alcântara". No Largo Trindade Coelho, terá lugar a sessão de cinema ao ar livre com o filme What We Do in the Shadows (Nova Zelândia, 2014), de Jemaine Clement e Taika Waititi.
Até 1 de Agosto, ainda podem ser submetidas curtas até 2 minutos, feitas em telemóvel, tablet ou webcam, para a secção microCURTAS.
Mais informações sobre o MOTELx 2022 em https://www.motelx.org/.
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