A 11ª edição do Olhares do Mediterrâneo - Women's Film Festival acontece de 31 de Outubro a 7 de Novembro, no Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, Casa do Comum e Goethe Institut, em Lisboa. O festival traz 67 filmes feitos por mulheres, sob o tema Revoluções quotidianas, e a Palestina é o país convidado desta edição.
No ano em que se celebram os 50 anos da Revolução de Abril de 1974, o tema desta edição é Revoluções Quotidianas, "para recordar que as revoluções acontecem todos os dias e que, em contraste com as grandes convulsões históricas, as revoluções quotidianas são aquelas que ocorrem no seio da vida comum, no espaço íntimo do dia-a-dia, mudando o tecido social de forma gradual e silenciosa", afirmam as directoras do Olhares do Mediterrâneo.
País convidado: Palestina
A abri o festival será exibido The Teacher, de Farah Nabulsi, realizadora palestiniana nascida e criada no Reino Unido, que conta a história de um professor na Cisjordânia (interpretado por Saleh Bakri) que tenta manter um dos seus alunos afastado da violência, enquanto ele próprio está envolvido na Resistência.
Nesta 11.ª edição, o Olhares do Mediterrâneo programa na Cinemateca Portuguesa filmes de realizadoras da diáspora palestiniana, uma secção intitulada Olhares da Palestina, composta por cinco longas-metragens e três curtas-metragens. Entre os títulos apresentados, estão Salt of this Sea (2008), de Annemarie Jacir, e 3000 Nights (2015), de Mai Masri.
Competição de Longas e Curtas-metragens
Na Competição de Longas-metragens, concorrem sete filmes. Entre eles contam-se a estreia mundial do filme português A Mulher que Morreu de Pé, de Rosa Coutinho Cabral, um documentário ficcionado que é também um ensaio visual sobre a escritora Natália Correia; e Remember My Name, de Elena Molina, (também integra a secção Travessias), segue "cinco menores marroquinos que atravessaram a fronteira de Melilla e integram uma companhia de dança, onde encontram uma nova família e a oportunidade de participar num programa de talentos da televisão". O filme será seguido por debate com a presença da realizadora. Ainda na Competição de Longas encontra-se The Desert Rocker, de Sara Nacer, "documentário sobre a argelina Hasna El Becharia, pioneira da música gnawa"; The Mother of All Lies, de Asmae El Moudir, "tenta desvendar alguns mitos da sua família e da história recente de Marrocos, reencenando a sua própria história"; The Roller, the Life, the Fight (também presente na secção Travessias), de Elettra Bisogno e Hazem Alqaddi, "é sobre os próprios realizadores: Hazem, depois de uma dolorosa viagem desde Gaza, chega à Bélgica onde vive Elettra, que estuda cinema documental". Aos documentários a concurso, junta-se duas ficções: The Sea and Its Waves, de Liana & Renaud, cuja acção se passa no Líbano; e The Girls are Alright, realizado por Itsaso Arana, com Bárbara Lennie e Irene Escolar numa celebração da amizade feminina, que é também o filme de encerramento desta 11ª edição.
Remember My Name, de Elena Molina |
Na Competição de Curtas-metragens, contam-se 22 filmes, entre eles: Divine Accounts, de Eulàlia Ramon; Don't Cry Gabriel, de Mathilde Chavanne; Amplified, de Dina Naser; The Mysterious Adventures of Claude Conseil, de Marie-Lola Terver e Paul Jousselin; Between Delicate and Violent, de Şirin Bahar Demirel; ou Rinha, de Rita M. Pestana.
Travessias, Começar a Olhar e Sessões para Famílias
Ainda em competição, serão apresentados 13 filmes na secção Travessias que "abordam temas como migrações, racismo e colonialismo enquanto elementos estruturais da sociedade". Neste programa, o público poderá ver Les Chenilles, filme franco-libanês de Michelle Keserwany e Noel Keserwany, sobre duas mulheres originárias do Médio Oriente.
A secção Começar a Olhar (também competitiva), dedicada a filmes realizados no contexto escolar, conta com 14 filmes, entre eles: Anansi, de Aude N'Guessan Forget, "sobre uma cabeleireira africana que trabalha num salão movimentado"; A Minha Casa tem muitas Janelas, de Leonor Faria Henriques; Home, de Mariana Lima; Pelo Sim pelo não, de Laura Andrade; ou As Cores do Luto, de Mariana Lima Mateus.
No dia 3 de Novembro de manhã, o Olhares do Mediterrâneo apresenta a habitual sessão para os mais novos e família, composta por sete curtas-metragens: Home, A Minha Casa tem muitas janelas, Dhakira, Tomorrow, Game, Interrupted, Pietra e Amanda, you lied.
Actividades Paralelas e novidades
Entre as actividades paralelas do festival, contam-se vários debates a partir de alguns dos filmes programado: A Vida dos Corpos, Violências de Género, Maria India - Genealogias de Migração e Colonização, Debate Travessias: Menores refugiados e migrantes e Colonialismo/decolonialismo e as suas representações. O público poderá ainda participar em workshops, entre os quais: Género, Autoconhecimento e Empatia, com Laura Falésia e André Tecedeiro (FLECHA), e Cantos do Mediterrâneo: viagem aos seus portos, com Camilla Piccolo e Laura Venturini.
Entre as novidades deste ano, destaque para o programa Olhares do Mediterrâneo with Eurimages for equality que inclui um "awareness workshop" sobre estereótipos de género e sexismo no cinema, ministrado por Valeriya Golovina (NYU Abu Dhabi), Suasana Costa Pereira (Europa Criativa) e outros convidados, bem como um workshop de introdução à escrita cinematográfica, focado na criação de personagens femininas e não hegemónicas, dado pela guionista Fernanda Polacow. Conta-se ainda o 2.º Encontro Olhares do Mediterrâneo/MUTIM, este ano dedicado à coordenação de intimidade na rodagem de filmes com a especialista Teresa Olea Molina.
O festival apresenta ainda a sessão Cinco curtas andaluzas, curada pelas programadoras de GENERAMMA - Festival de Cine Realizado por Mujeres de Chiclana, que estarão presentes para introduzir "os filmes e falar dos desafios de fazer filmes e festivais de cinema de mulheres no sul da Europa".
Mais informações sobre o Olhares do Mediterrâneo - Women's Film Festival em https://www.olharesdomediterraneo.org/programa-2024/.
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