*8/10*
Quando os filmes de animação passam a barreira do divertido e se tornam verdadeiramente comoventes, percebemos que têm mesmo razão de ser. A Minha Vida de Courgette é um desses exemplos. Simples, diferente, aborda a temática sensível de crianças órfãs ou retiradas às famílias, num orfanato - mas num dos bons, que protege e cuida.
O filme, realizado por Claude Barras, esteve nomeado para os Oscars e Globos de Ouro 2017 de Melhor Filme de Animação, e conta-nos a história do pequeno Courgette que, após a morte da sua mãe, fica amigo do polícia Raymond que o acompanha até à sua nova casa, onde irá viver junto de outros órfãos da sua idade. Apesar do desconforto inicial neste ambiente, por vezes hostil, Courgette vai aprendendo a confiar e conhecer os seus novos amigos e as suas histórias.
É neste enredo simples de descoberta da amizade e do amor que surgem temas mais sensíveis como a morte, pedofilia, alcoolismo, toxicodependência, etc. A abordagem é directa e inocente, aos olhos de uma criança, onde o bem e o mal já começam a estar definidos.
Cada um dos pequenos órfãos convive à sua maneira com a solidão que sente, bem como a falta de amor paternal, manifestando-o das mais distintas formas, desde a timidez à agressividade. E assim se forma aquela família de órfãos, professores e tutores, onde a felicidade das crianças vem acima de tudo. Ali cultivam-se valores e constroem-se personalidades fortes.
Cada um dos pequenos órfãos convive à sua maneira com a solidão que sente, bem como a falta de amor paternal, manifestando-o das mais distintas formas, desde a timidez à agressividade. E assim se forma aquela família de órfãos, professores e tutores, onde a felicidade das crianças vem acima de tudo. Ali cultivam-se valores e constroem-se personalidades fortes.
A Minha Vida de Courgette torna-se ainda mais especial ao recorrer à animação stop-motion, onde as personagens transmitem imenso através das suas expressões. Os cenários são delicados e lembram-nos uma espécie de casa de bonecas.
A Minha Vida de Courgette é um trabalho genuíno, para crianças e adultos, que nos faz ver com outros olhos uma realidade tantas vezes retratada de forma muito mais negativa. Estes pequenos órfãos dão uma lição de vida a pais e filhos.