Depois da reflexão sobre os nomeados nas categorias de interpretação (aqui, aqui, aqui e aqui), passemos à grande categoria da noite de 2 de Março. São nove as longas-metragens na corrida para o Oscar de Melhor Filme num ano em que a concorrência é forte e a escolha diversificada.
1. Nebraska
Sem dúvida, o meu grande favorito dos nomeados. Alexander Payne trouxe-nos uma inesperada obra-prima. Nebraska é uma melancólica história de sonhos desfeitos e de perseverança, acompanhada por um amor muito especial. Com os protagonistas, viajamos, a preto e branco, por uma América abandonada, desencantada e sem esperança. Uma história de família, numa América esquecida, que nos lembra que há laços e valores que nenhum milhão de dólares é capaz de pagar.
Sem dúvida, o meu grande favorito dos nomeados. Alexander Payne trouxe-nos uma inesperada obra-prima. Nebraska é uma melancólica história de sonhos desfeitos e de perseverança, acompanhada por um amor muito especial. Com os protagonistas, viajamos, a preto e branco, por uma América abandonada, desencantada e sem esperança. Uma história de família, numa América esquecida, que nos lembra que há laços e valores que nenhum milhão de dólares é capaz de pagar.
Gravidade surge como um possível marco visual na história da ficção científica, onde, tecnicamente, tudo parece ter sido trabalhado ao pormenor. À mestria técnica somam-se a grandiosa interpretação de Sandra Bullock e as questões lançadas pela narrativa: poderá alguém sobreviver à deriva no espaço?
3. O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street)
Mais polémico do que alguma vez foi, Martin Scorsese aliou-se a Leonardo DiCaprio num projecto corajoso e provocador que nos leva aos inacreditáveis bastidores dos corretores da bolsa dos anos 80. Com a câmara de Scorsese, o argumento de Terence Winter (baseado no livro do verdadeiro Jordan Belfort) e as alucinadas interpretações de DiCaprio e Jonah Hill, O Lobo de Wall Street chegou para chocar e surpreender.
Mais polémico do que alguma vez foi, Martin Scorsese aliou-se a Leonardo DiCaprio num projecto corajoso e provocador que nos leva aos inacreditáveis bastidores dos corretores da bolsa dos anos 80. Com a câmara de Scorsese, o argumento de Terence Winter (baseado no livro do verdadeiro Jordan Belfort) e as alucinadas interpretações de DiCaprio e Jonah Hill, O Lobo de Wall Street chegou para chocar e surpreender.
4. 12 Anos Escravo (12 Years a Slave)
Steve McQueen magoa-nos como mais nenhum realizador consegue a cada filme que realiza. Depois de Fome e Vergonha, 12 Anos Escravo não foge à regra e continua a exercer uma forte pressão psicológica (e física) sobre personagens e audiência. McQueen chicoteia quem quer que esteja dentro ou fora do ecrã. A dor é permanente na sua filmografia e sempre abordada da forma mais crua e realista, sem moralismos.
Steve McQueen magoa-nos como mais nenhum realizador consegue a cada filme que realiza. Depois de Fome e Vergonha, 12 Anos Escravo não foge à regra e continua a exercer uma forte pressão psicológica (e física) sobre personagens e audiência. McQueen chicoteia quem quer que esteja dentro ou fora do ecrã. A dor é permanente na sua filmografia e sempre abordada da forma mais crua e realista, sem moralismos.
5. Golpada Americana (American Hustle)
Dinheiro, corrupção, mulheres bonitas e homens astutos são alguns dos ingredientes de Golpada Americana, um dos títulos mais nomeados para os Oscars 2014. Muito superior ao seu antecessor, o filme volta a mostrar que David O. Russell não vem sendo original, mas consegue essencialmente entreter, desta vez com melhor conteúdo e personagens. Golpada Americana está longe de ser brilhante, contudo, poucas comédias sobre mafiosos - actualmente - nos divertem tanto e de uma forma tão leve como esta.
Dinheiro, corrupção, mulheres bonitas e homens astutos são alguns dos ingredientes de Golpada Americana, um dos títulos mais nomeados para os Oscars 2014. Muito superior ao seu antecessor, o filme volta a mostrar que David O. Russell não vem sendo original, mas consegue essencialmente entreter, desta vez com melhor conteúdo e personagens. Golpada Americana está longe de ser brilhante, contudo, poucas comédias sobre mafiosos - actualmente - nos divertem tanto e de uma forma tão leve como esta.
6. Filomena (Philomena)
Um elogio a uma mulher e uma crítica acérrima à religião, assim chega Filomena, de mansinho, ingénua, mas simplesmente surpreendente, como a protagonista. Nomeado para quatro Oscars da Academia, o filme de Stephen Frears (A Rainha, 2006) tem por base a história verídica de Philomena Lee e balança entre o drama e os sorrisos que o típico humor britânico faz surgir.
Um elogio a uma mulher e uma crítica acérrima à religião, assim chega Filomena, de mansinho, ingénua, mas simplesmente surpreendente, como a protagonista. Nomeado para quatro Oscars da Academia, o filme de Stephen Frears (A Rainha, 2006) tem por base a história verídica de Philomena Lee e balança entre o drama e os sorrisos que o típico humor britânico faz surgir.
7. Uma História de Amor (Her)
O pessimismo e a nostalgia invadem uma sociedade futurista, onde as emoções deixam de ser tão realistas como deviam. Uma História de Amor (Her, no original) é uma mordaz crítica social ao modo como o humano se relaciona com a tecnologia e, cada vez menos, com o seu semelhante. Afinal, Uma História de Amor apaixona pouco, serve sim como alerta para a valorização das emoções reais. Não vá Samantha bater-nos à porta um dia destes.
O pessimismo e a nostalgia invadem uma sociedade futurista, onde as emoções deixam de ser tão realistas como deviam. Uma História de Amor (Her, no original) é uma mordaz crítica social ao modo como o humano se relaciona com a tecnologia e, cada vez menos, com o seu semelhante. Afinal, Uma História de Amor apaixona pouco, serve sim como alerta para a valorização das emoções reais. Não vá Samantha bater-nos à porta um dia destes.
8. Capitão Phillips (Captain Phillips)
Tom Hanks chega ao comando do navio e mergulha em mais uma interessante prestação como Capitão Phillips, no filme de Paul Greengrass. Capitão Phillips está nomeado para seis Oscars da Academia, incluindo Melhor Filme, mas, inesperadamente, escaparam ao protagonista e ao realizador as nomeações nas suas categorias. Não é um marco no cinema, mas revela-se um bom thriller e faz-nos temer. Paul Greengrass mostra-se à altura do desafio de contar uma história a quem não a viveu, e os actores incorporam o terror que, não tão estranhamente assim, se vive de ambos os lados: piratas e capitão - e mesmo na plateia.
Tom Hanks chega ao comando do navio e mergulha em mais uma interessante prestação como Capitão Phillips, no filme de Paul Greengrass. Capitão Phillips está nomeado para seis Oscars da Academia, incluindo Melhor Filme, mas, inesperadamente, escaparam ao protagonista e ao realizador as nomeações nas suas categorias. Não é um marco no cinema, mas revela-se um bom thriller e faz-nos temer. Paul Greengrass mostra-se à altura do desafio de contar uma história a quem não a viveu, e os actores incorporam o terror que, não tão estranhamente assim, se vive de ambos os lados: piratas e capitão - e mesmo na plateia.
Matthew McConaughey e Jared Leto comandam O Clube de Dallas, com interpretações que fazem valer toda a longa-metragem de Jean-Marc Vallée. Nem as falhas no argumento ofuscam o brilho dos dois actores naqueles que serão, certamente, papéis de uma vida para cada um. O pouco fôlego que Vallée e os argumentistas Craig Borten e Melisa Wallack injectaram em O Clube de Dallas resultou num completo desaproveitamento da uma grande história de luta pela vida, contra a lei e corrupção.
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