terça-feira, 5 de setembro de 2017

MOTELx'17: Entrevistas - Guilherme Daniel (Depois do Silêncio)

O MOTELx'17 chegou hoje a Lisboa onde fica até 10 de Setembro, e para o Prémio MOTELx – Melhor Curta de Terror Portuguesa 2017 estão a concorrer 9 curtas-metragens nacionais: #blessed, de Diogo LopesCarga, de Luís CamposDepois do Silêncio, de Guilherme DanielEntelekheia, de Hugo MalainhoA Instalação do Medo, de Ricardo LeiteMãe QueridaJoão Silva SantosO Candeeiro - Um Filme à Luz de Lisboa, de Henrique Costa e Hugo PassarinhoRevenge Porn, de Guilherme Trindade e Thursday Night, de Gonçalo Almeida.


Continuamos a conhecer melhor os realizadores e filmes nacionais seleccionados. Segue-se Guilherme Daniel, realizador de Depois do Silêncio.

De onde surgiu a ideia de fazer este filme?
Guilherme Daniel (GD): O filme surge de ideias e inspirações várias que se vão acumulando ao longo do tempo, até se ligarem e criarem uma base para o projecto. Penso que as mais importantes neste processo foi a descoberta de uma pintura de Franz Stuck (“Pietà”); e conhecer a Ágata Pinho, com quem me cruzei numa longa-metragem na qual trabalhei, e que é a interprete principal neste filme.

Pelo teaser e sinopse, posso concluir que estamos perante uma espécie de filme de mortos-vivos ou nada a ver com isso? Pode revelar um pouco mais?
GD: Assim é. Hoje em dia quando falamos de filmes de zombies o pensamento vai para infestações apocalípticas criadas por uma epidemia ou semelhante. A mim interessa-me as desconstruções de género, e em vez de termos hordas de zombies gosto da ideia de ter um só morto vivo, com quem há uma relação, e  assim permite explorar sentimentos de como lidar com a morte.

O que pode o público esperar da curta-metragem?
GD: Um filme em que a forma está intimamente ligada ao conteúdo, e que não se restringe por convenções de género.


Como foi o processo de rodagem de Depois do Silêncio?
GD: Exaustivo. Eu e a Raquel Santos, que cria os filmes comigo e assume a direcção de arte, propusemo-nos a alguns desafios difíceis, desde efeitos especiais práticos a decores complexos pelos quais tivemos de suar. Mas ao mesmo tempo foi um processo abençoado, porque estávamos rodeados de amigos talentosos com quem nos divertimos imenso a filmar.

Qual o papel dos festivais de cinema no campo da divulgação do cinema nacional? Que mais pensa que pode ser feito neste campo?
GD: Num país incapaz de suportar uma indústria de cinema, têm uma importância fulcral e decisiva. Penso só que falta alguma independência, aos festivais e aos cineastas. Nesse aspecto acho que o MOTELx se destaca, por reunir tanta gente com verdadeiro entusiasmo pelo género cria-se uma verdadeira festa do Cinema.

Sinopse
Uma mulher desolada esforça-se para aceitar a inesperada morte do marido, mas é confrontada com o seu recorrente retorno ao mundo dos vivos.


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