O MOTELx'17 começa hoje, em Lisboa, onde fica até 10 de Setembro, e para o Prémio MOTELx – Melhor Curta de Terror Portuguesa 2017 estão a concorrer 9 curtas-metragens nacionais: #blessed, de Diogo Lopes; Carga, de Luís Campos; Depois do Silêncio, de Guilherme Daniel; Entelekheia, de Hugo Malainho; A Instalação do Medo, de Ricardo Leite; Mãe Querida, João Silva Santos; O Candeeiro - Um Filme à Luz de Lisboa, de Henrique Costa e Hugo Passarinho; Revenge Porn, de Guilherme Trindade e Thursday Night, de Gonçalo Almeida.
Continuamos a conhecer os realizadores e filmes nacionais seleccionados. Desta vez, o Hoje Vi(vi) um Filme entrevistou Hugo Malainho, realizador de Entelekheia.
De onde surgiu a ideia de fazer este filme?
Hugo Malainho (HM): Surgiu duma conversa com uma amiga, ela lançou-me o desafio de fazermos uma curta-metragem para tentar participar no MOTELx e aquela ideia não me saiu da cabeça. Decidi então escrever uma historia e apresenta-la a um grupo de amigos para ver o que é que eles achavam e se alinhavam no projecto. E o resultado está agora em exibição no próprio festival MOTELx.
A busca da perfeição a qualquer preço parece ser o mote de Entelekheia. Pretende com esta ideia criticar de alguma forma a sociedade em que vivemos?
HM: A actual sociedade vive desprovida de valores, impera a satisfação imediata dos egos de cada um, sem olhar a meios para alcança-los. Creio que a máxima maquiavélica de que os fins justificam os meios retrata tristemente o comportamento social.
O que pode o público esperar da curta-metragem?
HM: Uma curta de suspense e de critica social com especial atenção pela estética.
A escolha de um termo grego para baptizar o filme tem especial razão de ser?
HM: O termo Entelekheia descreve na “perfeição” aquilo que o protagonista procura: criar uma obra de arte perfeita. Segundo Aristóteles, todo e qualquer ser do universo, animado ou inanimado, tem uma potencialidade intrínseca, e a transformação dessa tendência ou potencialidade, de forma a alcançar a sua plenitude ou perfeição, é o que designamos por entelekheia.
Como foi o processo de rodagem?
HM: Foi uma experiência espectacular. Levou tempo pois rodámos em diversas localizações e reunir uma equipa inteira em diversas ocasiões e por vários dias, não foi tarefa fácil. Mas trabalhei com uma excelente equipa que me ajudou a dar corpo a uma ideia que eu já tinha transposto para o papel, que se envolveu no projecto e lá conseguimos arranjar sempre algum tempo para concluir a rodagem.
Qual o papel dos festivais de cinema no campo da divulgação do cinema nacional? Que mais pensa que pode ser feito neste campo?
HM: Os festivais de cinema são uma importante janela para mostrar as novas tendências do cinema português e desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento da industria cinematográfica nacional, criando num público cada vez mais generalizado, o habito de consumo do cinema português.
Sinopse
Um escultor vive obcecado com a criação da obra perfeita, que quer concretizar sob a forma de uma crítica social. Para tal, utiliza as vítimas marginalizadas de uma sociedade fútil e cada vez mais desprovida de valores humanos.
Sem comentários:
Enviar um comentário