Ele Vem à Noite joga com o medo do desconhecido que assombra, mais ou menos evidentemente, cada ser humano. Trey Edward Shults constrói um thriller cheio de tensão e suspense, onde o verdadeiro inimigo vem de fora de casa.
Um casal vive com o filho adolescente num local remoto, numa casa segura e onde estão fortemente armados. Uma ameaça desconhecida aterroriza o mundo e a ténue ordem doméstica que o pai da família estabeleceu com a esposa e o filho é posta em causa com a chegada de uma família desesperada a pedir abrigo. Apesar das boas intenções de ambas as famílias, o pânico e a desconfiança intensificam-se, ao mesmo tempo que os horrores do mundo exterior parecem aproximar-se.
Ele Vem à Noite constrói-se em redor da desconfiança permanente em que vive a família protagonista. Perante um inimigo invisível - será algo sobrenatural, a doença ou os humanos? - o estado de alerta é total e a tranquilidade não faz parte do dicionário. Uma única porta dá acesso ao exterior e quem por ali entra deve ser escrutinado até à exaustão. A mínima mudança na rotina pode arruinar a vida da família, que acredita que o perigo espreita entre as árvores da floresta.
Um dos pontos mais fortes do filme de Trey Edward Shults é a abordagem à psicologia das personagens, que faz o filme aproximar-se do género terror, produzindo, ao mesmo tempo, uma curiosa crítica social ao mundo actual. O homem transforma-se num monstro perante o desconhecido, com o medo a tomar conta de si. A fronteira é ténue entre pesadelos e realidade. Afinal, a desconfiança é uma doença e faz vir ao de cima o que de mais primitivo existe em cada um. Por outro lado, o cão da família é quem demonstra maior coragem, quebrando todos os protocolos criados pelo pai da família.
A par do silêncio incómodo que rodeia esta casa no meio da floresta, o trabalho da direcção de fotografia de Drew Daniels é excelente ao tirar partido da noite e da escuridão, e em muito contribui para aumentar o ambiente de isolamento e receios que enchem os espaços vazios.
Um dos pontos mais fortes do filme de Trey Edward Shults é a abordagem à psicologia das personagens, que faz o filme aproximar-se do género terror, produzindo, ao mesmo tempo, uma curiosa crítica social ao mundo actual. O homem transforma-se num monstro perante o desconhecido, com o medo a tomar conta de si. A fronteira é ténue entre pesadelos e realidade. Afinal, a desconfiança é uma doença e faz vir ao de cima o que de mais primitivo existe em cada um. Por outro lado, o cão da família é quem demonstra maior coragem, quebrando todos os protocolos criados pelo pai da família.
A par do silêncio incómodo que rodeia esta casa no meio da floresta, o trabalho da direcção de fotografia de Drew Daniels é excelente ao tirar partido da noite e da escuridão, e em muito contribui para aumentar o ambiente de isolamento e receios que enchem os espaços vazios.
No elenco, o grande destaque vai para Joel Edgerton, que tem consolidado o seu talento para as personagens mais diversificadas. Neste caso, é o cauteloso e desconfiado pai de família que tudo faz para manter os seus em segurança.
Ele Vem à Noite pode ser encarado como um retrato psicossocial hiperbolizado (mas não muito) da sociedade ocidentalizada. O medo é o demónio que aterroriza aquela casa e os monstros são cada um dos Homens.
Sem comentários:
Enviar um comentário