*7/10*
O primeiro filme que William Friedkin realizou, muito antes dos títulos de culto que o tornaram famoso em Hollywood, foi um documentário. Uma espécie de filme-altruísta que ajudou a salvar da morte Paul Crump, um condenado à cadeira eléctrica.
Em 1953, cinco homens negros assaltaram uma fábrica. Na confusão da fuga, um segurança foi baleado e morto. Um dos assaltantes, Paul Crump, foi acusado de homicídio e condenado à morte. Friedkin acreditava na inocência do jovem e fez este filme, para lhe salvar a vida.
The People vs. Paul Crump é o nome do documentário de estreia do cineasta que, anos mais tarde, realizou o sucesso de terror O Exorcista. Ainda longe do registo que o tornou famoso, Friedkin consegue fazer com que todos ouçam a versão do acusado, fazendo uma reconstituição dos acontecimentos à medida que Paul Crump faz o seu relato, tão revoltado como emocionado.
Friedkin cria assim um bom argumento de defesa do homem que há nove anos esperava pelo dia em que percorreria o corredor da morte. E aliadas à ideia da cadeira eléctrica, surgem, a finalizar o documentário, planos aterradores desse instrumento de tortura e morte - imagens tão abjectas como demoníacas. E estas eram reais.
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