"O dinheiro não é tudo..."
*7/10*
Em Caminhos Magnétykos, Edgar Pêra regressa à ficção surrealista a que já nos tem habituado, criando uma realidade que relembra ditaduras passadas, tão depressa como utiliza as ideias mais actuais e futuristas. O filme guia-nos por cenários que vão do tradicional ao moderno, sempre com distorções de imagens e sons, de luzes e cores alucinogénas.
Eis esta nova ditadura ultraliberal, um liberalismo ultraconservador, ou nem uma coisa nem outra. Mas temos um primeiro-ministro-celebridade televisiva com algo semelhante às conversas em família de Marcelo Caetano; Donald Trump surge sorrateiramente e os poderosos continuam a mandar no país. É novamente de admirar como mais um conto de Branquinho da Fonseca consegue ser tão bem adaptado na actualidade. Edgar Pêra inspira-se no autor pela terceira vez, após Rio Turvo e O Barão.
Em Caminhos Magnétykos, Raymond (Dominique Pinon), 60 e poucos anos, parisiense, autor de filmes fotográficos e BDs, veio para Portugal com o 25 Abril, apaixonou-se e ficou, onde reside há 40 anos. A sua actividade entrou em decadência e Raymond vive na dependência económica da sua mulher Gertrudes. Caminhos Magnétykos desenrola-se no dia do casamento da sua filha de 21 anos, Catarina (Alba Baptista), com Damião (Paulo Pires), um homem rico mais velho que ela. Em Lisboa, vive-se uma guerra civil.
Entre alguma paródia, surge o drama familiar e os dilemas de um pai que acaba de casar a filha preferida. Um existencialismo latente em Raymond vai-se desenvolvendo ao longo do filme, com o protagonista a questionar a sua vida e crenças. As ruas da cidade levam-no a encontrar-se com velhos amigos de ideais místicos ou revolucionários.
Após o encontro com a personagem de Ney Matogrosso, a expressão "o dinheiro não é tudo" passa a atormentar Raymond até ao final, num ambiente por vezes fantasmagórico.
No elenco, destaque para o protagonista Dominique Pinon, mas também para os papéis de Ney Matogrosso, Albano Jerónimo, Alba Baptista, Paulo Pires, António Durães e Teresa Ovídeo. Ao mesmo tempo, a banda sonora é outro ponto forte do filme de Pêra, com a música a cargo de Manuel de Oliveira, Paulo Furtado e Tó Trips.
Caminhos Magnétykos são mais um inspirado trabalho de Edgar Pêra, repleto da sua marcada estética e com ideias provocatórias e inebriantes.
Entre alguma paródia, surge o drama familiar e os dilemas de um pai que acaba de casar a filha preferida. Um existencialismo latente em Raymond vai-se desenvolvendo ao longo do filme, com o protagonista a questionar a sua vida e crenças. As ruas da cidade levam-no a encontrar-se com velhos amigos de ideais místicos ou revolucionários.
Após o encontro com a personagem de Ney Matogrosso, a expressão "o dinheiro não é tudo" passa a atormentar Raymond até ao final, num ambiente por vezes fantasmagórico.
No elenco, destaque para o protagonista Dominique Pinon, mas também para os papéis de Ney Matogrosso, Albano Jerónimo, Alba Baptista, Paulo Pires, António Durães e Teresa Ovídeo. Ao mesmo tempo, a banda sonora é outro ponto forte do filme de Pêra, com a música a cargo de Manuel de Oliveira, Paulo Furtado e Tó Trips.
Caminhos Magnétykos são mais um inspirado trabalho de Edgar Pêra, repleto da sua marcada estética e com ideias provocatórias e inebriantes.
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