A 92.ª edição dos Oscars deve ter sido a mais aborrecida de sempre, com apresentadores de apresentadores de prémios, números musicais ou vídeos, mas foi também aquela que mais marcou a História dos prémios da Academia de Hollywood nos últimos tempos. Foi a primeira vez, em 92 anos, que um filme internacional ganhou o Oscar de Melhor Filme.
O eleito foi o sul-coreano Parasitas, de Bong Joon-ho, que conquistou quatro Oscars: Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Argumento Original.
Eis que, quando se fala tanto de inclusão, foram asiáticos os grandes vencedores da noite, com uma longa-metragem de qualidade acima da média a ser a escolhida pelos membros da Academia. Esta foi a maior surpresa em muitos anos e, em comparação com a previsibilidade das últimas cerimónias, um momento de grande emoção.
Nas interpretações, tudo dentro do esperado, com discursos relativamente moderados dos vencedores: Laura Dern a destacar o papel dos seus heróis, os pais, Bruce Dern e Diane Ladd; Renée Zellweger recordou Judy Garland e o facto da actriz nunca ter vencido um Oscar (foi apenas nomeada para dois, em 1955 e 1962). Mais emotivos (e muito ligeiramente politizados) foram os discursos dos vencedores masculinos, Brad Pitt e Joaquin Phoenix. Pitt mencionou John Bolton, o ex-conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos que não foi ouvido no processo de destituição de Donald Trump; e Phoenix continuou a lembrar as suas causas - como tem feito nos discursos de agradecimento, durante esta awards season - e a lutar contra a injustiça.
Nas restantes categorias, nada de muito surpreendente. De destacar, a confirmação da compositora islandesa Hildur Guðnadóttir como vencedora do Oscar para Melhor Banda Sonora, numa categoria maioritariamente masculina.
Ao longo da cerimónia, Eminem surgiu sem ninguém esperar - foi o convidado surpresa da noite - e acordou uma plateia adormecida, quer no Dolby Theatre, quer em frente às televisões, um pouco por todo o mundo. Cantou Lose Yourself, do filme 8 Mile, que ganhou o Oscar de Melhor Canção em 2003. Apesar do ar confuso dos presentes, o artista foi aplaudido de pé e foi, sem dúvida, um dos melhores momentos de uma cerimónia para lá de aborrecida. O desfecho, contudo, compensou todas as horas de tédio. Por aqui, fomos dormir satisfeitos!
Podes recordar todos os vencedores da noite aqui.
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