Continuamos a acompanhar a Monstra 2020 em casa, agora olhando para os nove filmes que compõem a Competição de Curtas 1. Da Bósnia-Herzegovina à Suiça, de Hong Kong ao Japão, muitos são os países presentes nesta selecção de curtas-metragens.
Selecção Natural (Natural Selection) |
Selecção Natural (Natural Selection), de Aleta Rajic, chega-nos da Bósnia-Herzegovina, e leva-nos a um mundo onde os habitantes têm corpo humano e cabeça de animal. "A Mulher-Veado trabalha como peça de exposição profissional num museu onde está pendurada na parede". A acção desenrola-se neste imaginário surreal e é conduzida através dos sonhos que atormentam a protagonista e se misturam com a realidade. Mancha (Bavure), de Donato Sansone, parte de um pincel que mistura três cores e começa a pintar uma tela, que se transforma nas mais experimentais criaturas. "No início era a Nódoa. Um pincel revela um ser de guache", onde uma contínua transformação acontece.
Lua Azul (Blue Moon) |
Portugal está representado nesta Competição com Assim Mas Sem Ser Assim, de Pedro Brito, curta sobre a qual já falamos aqui. Da Bélgica, Lua Azul (Blue Moon), de Charlotte Dossogne, evoca a última noite do trompetista Chet Baker, em Amesterdão, a 12 de Maio de 1988. Através da música e de várias janelas, somos conduzidos por um trompetista com cara de lua pelas ruas, até ao céu.
Amor Profundo (Kohannia/Deep Love), de Mykyta Lyskov, chega-nos da Ucrânia e introduz-nos num mundo desencantado onde o nonsense impera, a par de uma forte crítica sociopolítica e um alerta ambiental. "Um amor profundo finalmente aconteceu na Ucrânia", conta-nos a sinopse. Um amor estranho e cheio de sacos de plástico voadores.
Paralelos em Série (Serial Parallels) |
Paralelos em Série (Serial Parallels), de Max Hattler, leva-nos até à paisagem urbana de Hong Kong pela perspectiva conceptual da película cinematográfica. A curta-metragem, muito ritmada, usa a arquitectura em movimento como o motor da narrativa e da região. Do Japão, Sonhos Ilustrados (Dreams Into Drawing), de Koji Yamamura, é uma das melhores surpresas desta sessão. Colocando o pintor Kuwagata Keisai como protagonista e os seus desenhos em movimento, a acção rapidamente se torna perigosa, quando Keisai adormece enquanto esboça uma carpa e, no seu sonho, se transforma nela. Um filme repleto de traços suaves e delicados, muito inspirador e com o imaginário fantástico japonês bem presente.
Sonhos Ilustrados (Dreams Into Drawing) |
De Skirmanta Jakaité, O Malabarista (The Juggler) leva-nos a mergulhar num mundo obscuro, entre tons escuros - onde o vermelho-sangue se destaca e tem impacto no decorrer da acção. Esta curta conduz-nos ao "outro lado da vida - o lado assustador, o desconhecido, que nunca compreendemos completamente, mas que sabemos que está lá, algures, não muito longe". Da Suiça, chega o emotivo Lah Gah (Letting go), de Cécile Brun, em jeito de memória e homenagem. Um pai e uma filha cozinham massa entre mãos que se querem tocar, mas fogem.
Selecção Natural (Natural Selection), de Aleta Rajic - 6.5/10
Mancha (Bavure), de Donato Sansone - 6/10
Assim Mas Sem Ser Assim, de Pedro Brito - 7.5/10
Lua Azul (Blue Moon), de Charlotte Dossogne - 7/10
Amor Profundo (Kohannia/Deep Love), de Mykyta Lyskov - 6/10
Paralelos em Série (Serial Parallels), de Max Hattler - 6.5/10
Sonhos Ilustrados (Dreams Into Drawing), de Koji Yamamura - 8/10
O Malabarista (The Juggler), de Skirmanta Jakaité - 6/10
Lah Gah (Letting go), de Cécile Brun - 6.5/10
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