*4.5/10*
Supernova, de Bartosz Kruhlik, é um filme de emoções fortes, com um atropelamento mortal a comandar as acções - tão distintas - das personagens principais.
"Filmado num único local, Supernova centra-se nas horas após um trágico acidente de trânsito e nas reações dos diferentes personagens numa situação de crise extrema. Uma estreia intensa e impactante, com múltiplas leituras, oscilando entre o drama, o thriller e o cinema de catástrofe. Obra que levanta questões sobre a essência do acaso e do destino."
Supernova lança uma reflexão inicial sobre o comportamento de cada interveniente, frente a uma situação limite, mas o propósito perde-se depressa, com uma sucessão de acontecimentos trágicos e histórias cruzadas. Há uma crítica clara à corrupção e impunidade do poder político - mais ainda em terras pequenas -, e um certo enaltecer da justiça popular, mas tudo com algum descontrolo, sem grande lógica ou foco.
A acção de Supernova está especialmente bem coreografada, no meio de tantas tragédias e desvarios: da população ao governo corrupto, da polícia aparentemente impotente aos bombeiros e paramédicos incansáveis, passando pelos curiosos e desestabilizadores. Tudo acontece ao mesmo tempo, no mesmo local, e todos os actores sabem bem como se deslocar no espaço.
A câmara de Bartosz Kruhlik conduz-nos pela multidão entre o arrependimento, a revolta e a impotência dos protagonistas, mas Supernova não será mais do que um exercício de estilo do realizador, na sua primeira longa-metragem e ainda perdido acerca do rumo a seguir.
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