A 18.ª edição da KINO - Mostra de Cinema de Expressão Alemã abre com o filme Berlin Alexanderplatz, de Burhan Qurbani, protagonizado pelo luso-guineense Welket Bungué.
Berlin Alexanderplatz © Stephanie Kulbach |
Serão apresentadas 18 longas-metragens oriundas da Alemanha, Áustria, Suíça e Luxemburgo que se destacaram nos festivais internacionais. O filme de abertura Berlin Alexanderplatz faz uma actualização do romance homónimo de Alfred Döblin, já adaptada por Rainer Werner Fassbinder numa série de televisão com o mesmo nome. Agora, "em vez de um ex-presidiário, os espectadores acompanham a descida aos infernos de um refugiado africano numa Berlim dos dias de hoje".
A secção Visões, que inclui obras de realizadores e elencos já consagrados, apresenta o western contemporâneo feminista Flatland, de Jenna Cato Bass, que retrata o empoderamento de três mulheres na África do Sul; My Little Sister (Schwesterlein), da dupla suíça Stéphanie Chuat e Véronique Reymond, que, a partir de uma história de doença terminal, aborda igualmente a abnegação feminina, com um elenco liderado por Nina Hoss e Lars Eidinger; Stroke of Luck (Glück gehabt), de Peter Payer, uma comédia negra que surpreende até o protagonista com uma improvável história de amor; e Cortex, a primeira obra de realização do actore Moritz Bleibtreu, num thriller psicológico inspirado em obras de realizadores de culto.
A secção Perspetivas inclui filmes como No Hard Feelings (Futur Drei), de Faraz Shariat, em que um jovem gay, alemão, filho de exilados iranianos, encontra num casal de irmãos refugiados uma singular afinidade a três; You Tell Me (Sag Du Es Mir), de Michael Fetter Nathansky, que envolve o espectador numa tragicomédia entre vítimas e culpados; ou Cocoon (Kokon), de Leonie Krippendorff, que acompanha uma jovem de 14 anos na descoberta de um admirável mundo novo num verão quente berlinense.
No Hard Feelings © Juenglinge Film |
A KINO apresenta ainda uma secção de documentários premiados, na qual se destaca a viagem de Ines Johnson-Spain em Becoming Black onde confronta as suas origens, apercebendo-se das consequências que a negação e preconceito tiveram na sua existência numa RDA que fechou os olhos face a todas as diferenças; e a complexa abordagem multi-dimensional disfarçada de comédia no filme In the Name of Scheherazade or the First Beergarden in Teheran (In the Name of Scheherazade oder der erste Biergarten in Teheran), de Narges Kalhor, sobre a construção de identidade e alteridade - na vida, como artista, e em particular na Alemanha.
A mostra acontece de 21 a 27 de janeiro de 2021, no Cinema São Jorge e na plataforma de streaming Filmin.pt. Mias informações sobre a KINO em https://www.goethe.de/ins/pt/pt/kul/sup/kpo.html.
Sem comentários:
Enviar um comentário