quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Crítica: Yves (2019), de Benoît Forgeard

*6/10*


Yves, de Benoît Forgeard, é uma comédia nonsense, que se serve da relação entre um homem e o seu frigorífico para traçar uma forte crítica à dependência que as sociedades actuais têm da tecnologia - tudo com muito humor e rap.

"Jérem, um jovem rapper mudou-se para a casa da avó para compor o seu primeiro álbum. Lá, encontra-se com So, uma investigadora misteriosa da startup Digital Cool. Ela convence-o a experimentar o Yves, um frigorífico inteligente, que supostamente vai simplificar a sua vida."

A ideia não é nova, mas a abordagem absurda confere alguma singularidade à narrativa. Yves deve ser visto de mente aberta e sem expectativas, por pura diversão. Com este frigorífico, teremos direito a uma série de protótipos de máquinas inteligentes com personalidades fortes, triângulos amorosos com um electrodoméstico pelo meio, um julgamento com frigoríficos a depor, um duelo de rap e até uma passagem pelo Festival Eurovisão da Canção - com participantes muito pouco humanos.

Pode dizer-se que Benoît Forgeard criou uma versão nonsense de Her - Uma História de Amor (e até a opção da voz de Scarlett Johansson está disponível nas configurações). Yves faz uma crítica mordaz à relação dos humanos com a tecnologia, que comanda, cada vez mais, a vida profissional e íntima.

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