*8.5/10*
Na sua primeira longa-metragem, Futuro Três (Futur Drei), Faraz Shariat mostra maturidade e talento, numa abordagem singular de sexualidade e migrações. A forte componente autobiográfica cria maior intimidade e empatia com filme e personagens.
"O Instagram, os namoros no Grindr, a prestação de serviço comunitário num abrigo para refugiados, o amor proibido, as bebedeiras em festas de máscaras com novos amigos, bem como a constatação de que a busca por aquilo a que se chama lar tem um significado diferente para cada pessoa."
A estreia de Shariat nas longas lembra os primeiros trabalhos de Xavier Dolan, quer na temática como na abordagem e positividade. Futuro Três é uma jornada de autodescoberta e esperança para três personagens: Parvis (Benjamin Radjaipour), Banafshe (Banafshe Hourmazdi) e Amon (Eidin Jalali). A ligação harmoniosa e enérgica que se cria entre os três supera os laços de sangue - os três transpiram amor.
No abrigo para refugiados, cruzamo-nos com uma multiplicidade de origens, culturas e histórias, em busca de um futuro melhor num país que não é o seu. Para além do obstáculo da língua, todos anseiam e esforçam-se pela integração, sem serem obrigados a olhar para trás. O foco de Futuro Três recai nos imigrantes iranianos: tanto os que se estabeleceram há 30 anos na Alemanha, como é o caso da família de Parvis (e do realizador), já nascido no país, como os que aguardam asilo, o caso dos irmãos Bana e Amon.
Sem comentários:
Enviar um comentário