segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Crítica: Um Lugar Silencioso 2 / A Quiet Place Part II (2020)

*7/10*


O perigo constante, à escuta do mínimo barulho, regressa em Um Lugar Silencioso II, de John Krasinski, que dá seguimento à história da família protagonista do filme de 2018. A tensão desconcertante mantém-se e a originalidade do enredo segue, rumo a um terceiro filme.

Após os acontecimentos terríveis ocorridos em casa, a família Abbott (Emily BluntMillicent SimmondsNoah Jupe) terá agora que enfrentar os horrores do mundo exterior enquanto continua a lutar pela sobrevivência em silêncio. Forçados a seguir viagem para o desconhecido, rapidamente percebem que as criaturas que caçam pelo som não são as únicas ameaças que se escondem para lá do caminho de areia.

Desta vez, Krasinski começa por revelar a origem desta espécie ameaçadora de ouvidos sensíveis numa emocionante cena inicial, que remonta ao "dia 1" desta nova era. Depois, a acção regressa ao ponto em que terminou em Um Lugar Silencioso. A mãe e os três filhos seguem caminho em busca de sobreviventes e da sua própria sobrevivência, preparados para lutar.


O suspense e a tensão mantêm-se, mas o mistério inicial dissipou-se: a ameaça é aterradora mas já lhe é conhecida a forma. Os sustos são demasiado previsíveis, não denegrindo contudo o potencial da história e personagens - e é aí que está o grande foco de Um Lugar Silencioso II, na resiliência e coragem de cada um perante as adversidades cada vez maiores.

O crescendo de importância que as crianças têm neste segundo filme - em especial Millicent Simmonds - é de seguir com atenção. A jovem actriz mostra-se cada vez mais confiante e madura no papel de Regan e supera o desafio com nota máxima. Cillian Murphy foi, por seu lado, uma boa adição ao casting na pele de um homem solitário, desconfiado e profundamente marcado pela presença dos monstros.


O silêncio - sinónimo de sobrevivência para as personagens - continua a imperar e a ser o grande trunfo de Um Lugar Silencioso II, transportando a plateia para uma realidade cada vez menos comum numa sala de cinema, e para uma experiência especialmente imersiva e aterradora. Que venha o próximo capítulo, com a mesma fórmula e dedicação.

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