sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Crítica: The Velvet Underground (2021)

*7.5/10*

O documentário The Velvet Underground traça um retrato íntimo e profundo do percurso da banda homónima, bem como da época e sociedade onde se desenvolveu e transformou numa das mais influentes do rock and roll.

Todd Haynes mergulha nos intensos anos 60 e 70 do século passado, reconstrói cada passo da banda de Lou Reed, a partir de imagens de arquivo, filmes, entrevistas, gravações áudio e fotografias. Ao usar e abusar do split sreen, o realizador invade o ecrã com um sem fim de informações que recolheu sobre todos os membros da banda, amigos, familiares e outros colegas e artistas (nem David Bowie falta) que os acompanharam a dado momento da carreira. Não faltam registos sobre os desentendimentos da banda e sobre a grande influência e colaboração de Andy Warhol.

A sensibilidade e estética que caracterizam Todd Haynes são capazes de retirar o melhor de todo o imenso material a que teve acesso, complementado pelos testemunhos dos membros ainda vivos, amigos e familiares. O realizador Jonas Mekas, falecido em 2019, é figura muito presente no documentário - que é dedicado à sua memória. 


The Velvet Underground é frenético como o início da banda, mas nunca desconexo, é música, arte, cinema e memória. Adapta-se a cada fase do grupo, entre os seus altos e baixos, ao mesmo tempo que reflecte, como poucos, a sociedade da época. 

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