segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Queer Lisboa 2022: Programa completo

O Queer Lisboa 26 revelou o programa completo da edição de 2022, depois de anunciados os filmes de aberturas e encerramento e a retrospectiva Notes on Camp: o Delírio Drag do Gay Girls Riding Club.

O festival vai apresentar os mais recentes filmes de Alain Guiraudie, Catherine Corsini, Yann Gonzalez, Leonardo Brzezicki e Sébastien Lifshitz, bem como a longa-metragem paquistanesa, Joyland, premiada no Festival de Cannes. Em Sessão Especial, será exibido ainda Los Agitadores, de Marco Berger, uma reflexão sobre a masculinidade tóxica.

Competições

Na Competição de Longas-Metragens - cujo júri é composto pela escritora e dramaturga Cláudia Lucas Chéu, pelo actor Nuno Nolasco e pela realizadora e argumentista Rita Azevedo Gomes -, destaque para os filmes brasileiros Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre, e Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal; o regresso espanhol Adrián Silvestre com Mi Vacío y Yo; a longa-metragem paquistanesa Joyland, de Saim Sadiq; Errante Corazón, do realizador argentino Leonardo Brzezicki; e o finlandês Girl Picture, estreia da realizadora Alli Haapasalo (dias depois de ser exibido no Cinema São Jorge, o filme estará disponível na Filmin Portugal). Entre as presenças confirmadas no Queer Lisboa 26 estão Esther Rollande, actriz de Les meilleurs, de Marion Desseigne Ravel; e Adrián Silvestre e Raphaëlle Peréz, realizador e actriz de Mi Vacío y Yo.

Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre

Na Competição de Documentários, o júri será composto pela realizadora e tradutora Joana Frazão, pela autora-realizadora Nathalie Mansoux e por Rui Madruga, produtor na direcção de Desenvolvimento de Conteúdos da RTP. O ativismo, particularmente focado na América do Sul, é um dos pontos fortes desta secção este ano. Em Corpolítica, de Pedro Henrique França, acompanha-se as candidaturas de pessoas LGBTQI+ nas eleições de 2020, no Brasil, demonstrando as dificuldades que enfrentam num panorama político de extrema-direita; Nuestros Cuerpos Son Sus Campos de Batalla, de Isabelle Solas, regista os esforços da comunidade trans na Argentina para uma reeducação social; Soy Niño, de Lorena Zilleruelo, retrata o processo de transição do primo da realizadora, o jovem chileno Bastian; Ardente·x·s, de Patrick Muroni, documenta a evolução de um colectivo de mulheres e pessoas queer cujo manifesto propõe pensar, discutir e reformular a produção de conteúdos pornográficos; e Framing Agnes, de Chase Joynt, reúne um elenco composto exclusivamente por pessoas trans e reconstitui a vida desta comunidade nos anos 50, nos EUA. Em Lisboa, estarão presentes Patrick Muroni e Pedro Henrique França.

As Competições de Melhor Curta-Metragem e de Curtas-Metragens de Escola Europeias In My Shorts serão avaliadas por um júri composto por Rodrigo Díaz, produtor chileno, pelo fotógrafo Rui Palma e pela directora e programadora do Shortcutz Lisboa, Sandra de Almeida. Sob Influência, de Ricardo Branco, e Uma Rapariga Imaterial, de André Godinho, são os dois filmes portugueses na corrida ao prémio para Melhor Curta-Metragem, entre os 22 títulos a concurso.

O In My Shorts conta com 12 filmes em competição, onde se destacam o português Lugar Nenhum, de Pedro Gonçalves Ribeiro; Le Variabili Dipendenti, de Lorenzo Tardella; Chute, da realizadora suíça Nora Longatti; Gangnam Beauty, de Yan Tomaszewski; e The Greatest Sin, de Gabriel Arrahni.

Na competição Queer Art, destacam-se dois títulos entre os oito a concurso: Jerk, da coreógrafa francesa Gisèle Vienne, e Neptune Frost, da ruandesa Anisia Uzeyman e do músico norte-americano Saul Williams. O júri Queer Art é composto pelo director artístico do festival Walk & Talk, Jesse James, pela cineasta e artista Luciana Fina, e pelo artista plástico Vasco Araújo.

Panorama, Hard Nights e outras Actividades

Fora de Competição, a secção Panorama traz ao público os mais recentes trabalhos de realizadores como Sébastien Lifshitz (com a nova versão do seu Bambi, a French Woman), Yann Gonzalez (com a curta-metragem protagonizada por Oliver Sim dos The xx), Catherine Corsini (com sua a última longa-metragem La fracture), Alain Guiraudie (com a comedia Viens je t'emmène) ou Eva Vitija (com um documentário baseado nos diários inéditos da romancista Patricia Highsmith).

Viens je t'emmène, de Alain Guiraudie

Também as Hard Nights regressam ao Queer Lisboa, com uma selecção de filmes que exploram os limites da representação da sexualidade. Este ano, o foco está "em duas figuras peculiares na produção de obras explícitas": o actor e realizador de pornografia gay e figura de culto dos anos 1970, Fred Halsted, com a exibição de três das suas obras, recentemente remasterizadas: Sextool, The Sex Garage e LA Plays Itself; e Mahx Capacity, fundadore do estúdio AORTA films, cuja obra propõem uma perspectiva "do porno e do BDSM onde os corpos não se regem pelos padrões ditados pela indústria mainstream, nem pela sociedade heteronormativa".

O festival irá acolher a apresentação da campanha Eu sou VIH+ e visível, direccionada à eliminação do estigma associado à infeção pelo VIH, numa parceria com o Centro Anti-Discriminção (CAD), um projecto conjunto de duas associações na área do VIH/sida, o GAT e a Ser+. No Cinema São Jorge, vai decorrer ainda a apresentação de dois livros, Nós xs Inadaptadxs. Representações, Desejos e Histórias LGBTIQ na Galiza (Coord. Daniel Amarelo, Através Editora) e A Defunción dos Sexos: Disidentes Sexuais na Galiza Contemporánea (Daniela Ferrández Pérez, Ed. Xerais), obras que reflectem a produção nos Estudos Queer na Galiza.

Também as festas estão de regresso este ano. O Mise en Scène será o palco de uma Hard Night Party secreta; no Purex, a equipa e volunqueers deste ano irão tomar o controle da cabine; o Lounge volta a receber uma A Night Out with the Hard Ones particular; e o Titanic Sur Mer recebe a Festa de Encerramento, com Mel das Pêras, Mariño, Afonso Peixoto e Lola Herself como host.

O Queer Lisboa 26 decorre de 16 a 24 de Setembro e toda a informação sobre o festival pode ser consultada em http://queerlisboa.pt/.

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