O Queer Lisboa 26 revelou o programa completo da edição de 2022, depois de anunciados os filmes de aberturas e encerramento e a retrospectiva Notes on Camp: o Delírio Drag do Gay Girls Riding Club.
O festival vai apresentar os mais recentes filmes de Alain Guiraudie, Catherine Corsini, Yann Gonzalez, Leonardo Brzezicki e Sébastien Lifshitz, bem como a longa-metragem paquistanesa, Joyland, premiada no Festival de Cannes. Em Sessão Especial, será exibido ainda Los Agitadores, de Marco Berger, uma reflexão sobre a masculinidade tóxica.
Competições
Na Competição de Longas-Metragens - cujo júri é composto pela escritora e dramaturga Cláudia Lucas Chéu, pelo actor Nuno Nolasco e pela realizadora e argumentista Rita Azevedo Gomes -, destaque para os filmes brasileiros Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre, e Seguindo Todos os Protocolos, de Fábio Leal; o regresso espanhol Adrián Silvestre com Mi Vacío y Yo; a longa-metragem paquistanesa Joyland, de Saim Sadiq; Errante Corazón, do realizador argentino Leonardo Brzezicki; e o finlandês Girl Picture, estreia da realizadora Alli Haapasalo (dias depois de ser exibido no Cinema São Jorge, o filme estará disponível na Filmin Portugal). Entre as presenças confirmadas no Queer Lisboa 26 estão Esther Rollande, actriz de Les meilleurs, de Marion Desseigne Ravel; e Adrián Silvestre e Raphaëlle Peréz, realizador e actriz de Mi Vacío y Yo.
Três Tigres Tristes, de Gustavo Vinagre |
Na Competição de Documentários, o júri será composto pela realizadora e tradutora Joana Frazão, pela autora-realizadora Nathalie Mansoux e por Rui Madruga, produtor na direcção de Desenvolvimento de Conteúdos da RTP. O ativismo, particularmente focado na América do Sul, é um dos pontos fortes desta secção este ano. Em Corpolítica, de Pedro Henrique França, acompanha-se as candidaturas de pessoas LGBTQI+ nas eleições de 2020, no Brasil, demonstrando as dificuldades que enfrentam num panorama político de extrema-direita; Nuestros Cuerpos Son Sus Campos de Batalla, de Isabelle Solas, regista os esforços da comunidade trans na Argentina para uma reeducação social; Soy Niño, de Lorena Zilleruelo, retrata o processo de transição do primo da realizadora, o jovem chileno Bastian; Ardente·x·s, de Patrick Muroni, documenta a evolução de um colectivo de mulheres e pessoas queer cujo manifesto propõe pensar, discutir e reformular a produção de conteúdos pornográficos; e Framing Agnes, de Chase Joynt, reúne um elenco composto exclusivamente por pessoas trans e reconstitui a vida desta comunidade nos anos 50, nos EUA. Em Lisboa, estarão presentes Patrick Muroni e Pedro Henrique França.
As Competições de Melhor Curta-Metragem e de Curtas-Metragens de Escola Europeias In My Shorts serão avaliadas por um júri composto por Rodrigo Díaz, produtor chileno, pelo fotógrafo Rui Palma e pela directora e programadora do Shortcutz Lisboa, Sandra de Almeida. Sob Influência, de Ricardo Branco, e Uma Rapariga Imaterial, de André Godinho, são os dois filmes portugueses na corrida ao prémio para Melhor Curta-Metragem, entre os 22 títulos a concurso.
O In My Shorts conta com 12 filmes em competição, onde se destacam o português Lugar Nenhum, de Pedro Gonçalves Ribeiro; Le Variabili Dipendenti, de Lorenzo Tardella; Chute, da realizadora suíça Nora Longatti; Gangnam Beauty, de Yan Tomaszewski; e The Greatest Sin, de Gabriel Arrahni.
Na competição Queer Art, destacam-se dois títulos entre os oito a concurso: Jerk, da coreógrafa francesa Gisèle Vienne, e Neptune Frost, da ruandesa Anisia Uzeyman e do músico norte-americano Saul Williams. O júri Queer Art é composto pelo director artístico do festival Walk & Talk, Jesse James, pela cineasta e artista Luciana Fina, e pelo artista plástico Vasco Araújo.
Panorama, Hard Nights e outras Actividades
Fora de Competição, a secção Panorama traz ao público os mais recentes trabalhos de realizadores como Sébastien Lifshitz (com a nova versão do seu Bambi, a French Woman), Yann Gonzalez (com a curta-metragem protagonizada por Oliver Sim dos The xx), Catherine Corsini (com sua a última longa-metragem La fracture), Alain Guiraudie (com a comedia Viens je t'emmène) ou Eva Vitija (com um documentário baseado nos diários inéditos da romancista Patricia Highsmith).
Viens je t'emmène, de Alain Guiraudie |
Também as Hard Nights regressam ao Queer Lisboa, com uma selecção de filmes que exploram os limites da representação da sexualidade. Este ano, o foco está "em duas figuras peculiares na produção de obras explícitas": o actor e realizador de pornografia gay e figura de culto dos anos 1970, Fred Halsted, com a exibição de três das suas obras, recentemente remasterizadas: Sextool, The Sex Garage e LA Plays Itself; e Mahx Capacity, fundadore do estúdio AORTA films, cuja obra propõem uma perspectiva "do porno e do BDSM onde os corpos não se regem pelos padrões ditados pela indústria mainstream, nem pela sociedade heteronormativa".
O festival irá acolher a apresentação da campanha Eu sou VIH+ e visível, direccionada à eliminação do estigma associado à infeção pelo VIH, numa parceria com o Centro Anti-Discriminção (CAD), um projecto conjunto de duas associações na área do VIH/sida, o GAT e a Ser+. No Cinema São Jorge, vai decorrer ainda a apresentação de dois livros, Nós xs Inadaptadxs. Representações, Desejos e Histórias LGBTIQ na Galiza (Coord. Daniel Amarelo, Através Editora) e A Defunción dos Sexos: Disidentes Sexuais na Galiza Contemporánea (Daniela Ferrández Pérez, Ed. Xerais), obras que reflectem a produção nos Estudos Queer na Galiza.
Também as festas estão de regresso este ano. O Mise en Scène será o palco de uma Hard Night Party secreta; no Purex, a equipa e volunqueers deste ano irão tomar o controle da cabine; o Lounge volta a receber uma A Night Out with the Hard Ones particular; e o Titanic Sur Mer recebe a Festa de Encerramento, com Mel das Pêras, Mariño, Afonso Peixoto e Lola Herself como host.
O Queer Lisboa 26 decorre de 16 a 24 de Setembro e toda a informação sobre o festival pode ser consultada em http://queerlisboa.pt/.
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