terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Crítica: Napoleão / Napoleon (2023)

"I am the first to admit when I make a mistake. I simply never do."
Napoleon Bonaparte


*6.5/10*

Napoleão Bonaparte não é uma personagem fácil de adaptar ao cinema. Até Stanley Kubrick esteve dois anos a preparar um filme sobre esta figura histórica que acabou por nunca acontecer. Agora, Ridley Scott teve a coragem de avançar com um épico - bem ao seu estilo - sobre Bonaparte

Napoleão está longe de ser perfeito, mas é um trabalho esforçado, com grandiosas cenas de guerra, exemplarmente coreografadas. Quanto às incoerências históricas de que tanto se tem falado, Ridley Scott realizou uma obra de ficção histórica, não um documentário. Aliás, toda a discrepância com a realidade, só vem trazer uma dimensão de maior espectacularidade à acção.


A longa-metragem acompanha a ascensão e queda do imperador francês Napoleão Bonaparte (Joaquin Phoenix), desde os primeiros passos que o levaram a subir ao poder, com grande foco na relação com a sua esposa Josephine (Vanessa Kirby), e apresentando a sua visão militar e tácticas políticas.

Para além das interpretações competentes de Joaquin Phoenix  e Vanessa Kirby, Napoleão destaca-se pela forma como Scott filma as batalhas - transformando-as em momentos verdadeiramente épicos -, em especial a de Austerlitz, bem como pelo trabalho da direcção de fotografia, cujas opções destacam cenários e actores, e mantém as cores da longa-metragem maioritariamente sombrias, lembrando as pinturas da época e a condizer com o ambiente instável que se vivia.


Ridley Scott
pode não agradar a todos, mas foi capaz de construir um épico de guerra como já não se via há algum tempo. Ao mesmo tempo, e através de Phoenix, captou um Napoleão estratega exemplar, cuja fraqueza maior, para além do seu orgulho, foi o seu grande e instável amor por Josephine.

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