*6.5/10*
Na Retrospectiva I don't throw bombs I make films - Terrorismo, Representação, o Doclisboa'15 traz-nos uma interessante selecção de filmes. Entre eles encontra-se Die innere Sicherheit (The State I Am In), do realizador alemão Christian Petzold.
A longa-metragem de ficção centra-se num casal de alemães, com um passado de terroristas de esquerda, escondido no Algarve com a filha, que vive com normalidade um quotidiano de segredo. No entanto, uma série de acontecimentos provoca o regresso à Alemanha e o confronto com as acções passadas. A adolescente debate-se com o crescimento. A Alemanha de hoje resulta desta caixa de Pandora que é o seu passado.
A História alemã tem sido tema fulcral na filmografia de Petzold e, também neste seu trabalho de 2000, o cineasta ficciona a realidade do seu país, desta vez focando-se no terrorismo e na tentativa que esta família de ex-terroristas faz para conquistar o direito a uma vida normal.
Perseguições, desconfiança, medo, rodeiam as vidas dos três fugitivos, Clara, Hans e a filha Jeanne, que conhecemos no Algarve, onde haviam encontrado refúgio, pelo menos provisório. Mas, para lá da forte temática política, a adolescência e o crescimento ganham especial ênfase no decorrer de Die innere Sicherheit na personagem de Jeanne, com a rebeldia crescente, as paixões que despertam e a vontade de ser uma jovem como as da sua idade - um excelente desempenho de Julia Hummer.
Filmado em 35 mm, e com o grão da película visível na imagem, entramos ainda mais facilmente na época dos acontecimentos. O argumento, escrito por Harun Farocki e Petzold, desafia-nos a conhecer esta difícil realidade e prende desde o início a atenção da plateia. Contudo, o filme peca na duração, demasiado longa, com pouco desenvolvimento no enredo que o justifique.
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