The Waldheim Waltz, de Ruth Beckermann, será o filme de abertura do Doclisboa'18 e Infinite Football, de Corneliu Porumboiu, é exibido no encerramento. O festival lisboeta acontece de 18 a 28 de Outubro.
Em The Waldheim Waltz, Ruth Beckermann - que estará presente no Doclisboa - recorre a materiais de arquivo para um novo olhar sobre o caso de Kurt Waldheim, ex Secretário-geral da ONU com um obscuro passado Nazi. Na sessão de encerramento do festival, Corneliu Porumboiu volta à sua terra natal para saber mais sobre um novo desporto inventado a partir de alterações às regras do futebol em Infinite Football.
Da Terra à Lua
Os novos filmes de Wang Bing (Dead Souls), Stefano Savona (Samouni Road) e Želimir Žilnik (The Most Beautiful Country in the World) na serão exibidos na secção Da Terra à Lua. Rosa Coutinho Cabral apresenta PE SAN IÉ, Steve Sprung exibe O Plano, e Pedro Neves Marques mostra a curta-metragem A Arte Que Faz Mal à Vista, filme sobre a estátua do padre António Vieira, que será exibido com Ava Yvy Vera - A Terra do Povo do Raio, obra realizada por um colectivo indígena sobre a reconquista das suas terras.
Marie-Clémence Andriamonta-Paes virá ao Doclisboa apresentar o seu filme FAHAVALO, Madagascar 1947, em que a realizadora volta a Madagáscar para reabrir as feridas do colonialismo naquele país. Talal Derki apresenta Of Fathers and Sons, dando-nos uma perspectiva única sobre o quotidiano de uma família radical islâmica.
The Silence of Others, de Almudena Carracedo e Robert Bahar, mostra a luta das vítimas e sobreviventes de atrocidades cometidas durante a ditadura de Franco, em Espanha. A exibição do filme será acompanhada por um debate, com a presença da realizadora e de Paqui Maqueda, representante da associação Nuestra Memoria, que o filme acompanha. The Raft, de Marcus Lindeen, dá-nos a conhecer os sobreviventes de uma experiência social sobre a violência e a atracção sexual, realizada nos anos 70.
Monrovia, Indiana, o novo filme de Frederick Wiseman, será exibido após a sua estreia no Festival de Veneza. Rithy Panh continua a sua busca pessoal com Graves Without a Name, e estará no Doclisboa'18.
Luis Ospina estará presente no festival, onde haverá uma retrospectiva integral da sua obra, bem como do foco Navegar o Eufrates, Viajar no Tempo do Mundo, que explora o passado daquela região geográfica para compreender o seu presente.
Estreias Mundiais
Na sua 16ª edição, o Doclisboa apresenta obras de 21 países na Competição Internacional, todas em estreia mundial ou internacional. São elas:
12 AND 24, de Kim Namsuk (Coreia do Sul, EUA, 2018, 102’) – Estreia Internacional
Resurrection, de Orwa Al Mokdad (Síria, Líbano, 2018, 18’) - Estreia Mundial
Antecâmara, de Jorge Cramez (Portugal, 2018, 52’) – Estreia Mundial
That Summer Without a Home, de Santiago Reale (Argentina, 2018, 10’) – Estreia Mundial
Brisseau 251 Marcadet’s Street, de Laurent Achard (França, 2018, 55’) – Estreia Mundial
Tripoli Tide, de Ahmed Elghoneimy (Líbano, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Alemanha, 2018, 16’) – Estreia Mundial
Goodnight & Goodbye, de Yao-Tung Wu (Taiwan, 2018, 66’) – Estreia Internacional
The Guest, de Sebastian Weber (Polónia, 2018, 31’) – Estreia Internacional
Silent Streams, de Philippe Ramos (França, 2018, 70’) – Estreia Internacional
Greetings From Free Forests, de Ian Soroka (EUA, Eslovénia, Croácia, 2018, 99’) – Estreia Internacional
From the Land, de Ramona Bădescu, Jeff Silva (França, EUA, 2018, 30’) – Estreia Mundial
Maré, de Amaranta Cesar (Brasil, 2018, 23’)– Estreia Internacional
Miró. Traces of Oblivion, de Franca González (Argentina, Equador, 2018, 91’) – Estreia Internacional
Monologue, de Otto Lakoba (Rússia, 2017, 27’) – Estreia Internacional
Odyssey, de Sabine Groenewegen (Holanda, Bélgica, França, Portugal, 2018, 63’) – Estreia Mundial
To War, de Francisco Marise (Argentina, Espanha, Portugal, Panamá, 2018, 65’) – Estreia Internacional
What Madness, de Diego Governatori (França, 2018, 85’) – Estreia Internacional
Reunion, de Ilan Serruya (Espanha, 2018, 65’) – Estreia Mundial
We Are the Sons of Your Rocks, de Ivan Salatic (Montenegro, 2018, 34’)– Estreia Mundial
Their Own Republic, de Aliona Polunina (Rússia, 2018, 70’) – Estreia Internacional
Topo y Wera, de Jean-Charles Hue (França, 2018, 49’) – Estreia Mundial
Komodo Dragons, de Michał Borczuch (Polónia, 2018, 71’) – Estreia Internacional
Heart Beat
A secção Heart Beat dá destaque a dois grandes nomes femininos do movimento punk: Joan Jett, estrela de Bad Reputation, de Kevin Kerslake, e Vivienne Westwood, que a realizadora Lorna Tucker (que marcará presença no Doclisboa) dá a conhecer em Westwood: Punk, Icon, Activist.
Na sessão de abertura da secção haverá lugar para a música de Chilly Gonzalez em Shut Up and Play the Piano, de Philipp Jedicke, que acompanha o compositor e pianista.
Mstislav Rostropovitch, the Indomitable Bow, de Bruno Monsaingeon, é um documentário que dá um retrato íntimo do violoncelista e maestro Mstislav Rostropovitch. O realizador estará presente no festival. Blue Note Records: Beyond the Notes, de Sophie Huber, explora a visão por trás da editora de jazz dos EUA, responsável por artistas como John Coltrane, Miles Davis e Norah Jones.
Depeche Mode 101 é um documentário que acompanha as aventuras dos Depeche Mode e a viagem dos seus fãs rumo ao 101.º concerto da digressão mundial Music for the Masses, que revisitamos 30 anos depois. César Paes virá ao Doclisboa’18 apresentar Songs for Madagascar, que segue de perto o trabalho criativo de um grupo de músicos que chama à atenção para a sua ilha.
The Unicorn é um filme centrado em Peter Gruzdien, a força musical solitária por trás do primeiro álbum psicadélico de música country abertamente homossexual. Os realizadores do filme, Isabelle Dupuis e Tim Geraght, estarão presentes no festival. O fado chega ao Heart Beat com Vadio, de Stefan Lechner (convidado desta edição), que durante anos acompanhou o rumo do fado vadio em Portugal. Quatro Estações e Outono, de Pedro Sena Nunes presta homenagem a Jorge Listopad, com depoimentos de colegas, artistas, antigos alunos, amigos, e textos ditos pelo próprio Listopad.
William Friedkin surge a dobrar na programação da secção com The People vs. Paul Crump, o seu primeiro filme que será exibido numa versão restaurada para celebrar o início de uma carreira de mais de 40 anos, e em Friedkin Uncut, de Francesco Zippel, que propõe um vislumbre introspectivo da vida e carreira artística do realizador.
Deux, trois fois Branco, de Boris Nicot, apresenta um retrato do produtor português Paulo Branco, entre Lisboa e Paris, passando por locais icónicos e pelos realizadores que produziu, como Manoel de Oliveira, João César Monteiro e Raul Ruiz.
No programa 3e Scène – Opéra National de Paris conhecemos um projecto que convidou vários artistas para realizarem trabalhos relacionados com o universo da Ópera Nacional de Paris: seis curtas-metragens, com os pontos de vista dos artistas Clément Cogitore, Danielle Arbid, Mathieu Amalric, Jean-Stéphane Bron, Claude Lévêque e Thierry Thieu Niang.
Over the Limit, de Marta Prus, segue a campeã olímpica, Margarita Manum, ginasta russa, num filme que mostra como o sistema russo de treino transgride os limites. Bruk Out!, de Cori Wapnowski, mergulha no mundo do dancehall, o popular estilo musical jamaicano, acompanhando seis mulheres – as Dancehall Queens, à medida que estas se preparam para competir pelo maior troféu do dancehall.
Mais informações em www.doclisboa.org.
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