quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Doclisboa'19: Programa completo

A 17.ª edição do Doclisboa anunciou a sua programação completa. O festival documental acontece entre os dias 17 e 27 de Outubro.


A Competição Internacional conta com 14 filmes, com um olhar singular sobre o mundo e sobre o cinema. L’ULTIMU SOGNU - Dernier rêve à Petra Bianca, de Lisa Reboulleau, Journey Through a Body, de Camille Degeye, Spit on the Broom, de Madeleine Hunt-Ehrlich, 中孚 61. The Inner Truth, de Sofia Brito, Tribute to Judas, de Manel Raga-Raga, In Ashes, de Camila Rodrigues Triana, Um filme de verão, de Jo Sefarty, Just Don’t Think I’ll Scream, de Frank Beauvais, Noli Me Tangere, de Christophe Bisson, Eu não sou Pilatus, de Welket Bungué, Santikhiri Sonata, de Thunska Pansittivorakul, Under-ground, de Wook Steven Heo, A New Environment: Heinrich Klotz on Architecture and New Media, de Christian Haardt e Tinnitus, de Daniil Zinchenko compõem esta secção competitiva.

A Competição Nacional apresenta 11 filmes. São eles: Fantasmas: Caminho Longo para Casa, de Tiago Siopa, Viveiro, de Pedro Filipe Marques, history with no capital letter, de Saguenail, Prazer, Camaradas!, de José Filipe Costa, Vulcão: O que sonha um Lago?, de Diana Vidrascu, Raposa, de Leonor Noivo, Três Perdidos Fazem Um Encontrado, de Atsushi Kuwayama, Curtir a Pele, de Inês Gil, Cerro dos Pios, de Miguel de Jesus, Outside the oranges are blooming, de Nevena Desivojevic e War Diaries, de Luís Brás.

Riscos

Na secção Riscos é apresentada uma homenagem a Barbara Hammer, por alguns dos seus amigos mais próximos, os realizadores convidados da secção são Ghassan Salhab e Sofia Bohdanowicz, e, dentro do programa temático Six Portraits XL serão apresentados os últimos filmes de Alain Cavalier (Living and Knowing You’re Alive) e James Benning (TELEMUNDO), Danses macabres, squelettes et autres fantaisies, de Rita Azevedo Gomes, Pierre Léon e  Jean-Louis Schefer, e Serpentário, de Carlos Conceição, entre outros títulos.


As outras temáticas exploradas nesta edição na secção Riscos são Políticas do Corpo e Território Mental (destaque para Sovar, de Ava Aghakouchak, e A Passage, de Rouzbeh Akhbari); Retratos da Dor: O Desejo Sem Lei (onde está por exemplo Six Portraits of Pain, de Teresa Villaverde); Corpo Futuro (destaque para A Moon for My Father, de Mania Akbari e Douglas White, The Hottest August, de Brett Story, e Black Sun, de Maureen Fazendeiro); História Natural; e Dois Tempos.

Heart Beat

A secção Heart Beat vê a sua programação fechada com a adição de novos títulos. Dois são dedicados ao mesmo homem: Hi, How Are You Daniel Johnston, de Gabriel Sunday, um documento biográfico, germinado de uma entrevista íntima com o músico, falecido a 11 de Setembro de 2019, que reencontra e junta o artista aos seus sonhos mais expansivos e às personagens do seu passado; e o filme-concerto The Angel and Daniel Johnston - Live at the Union Chapel, de Antony Crofts, que celebra Johnston num dos momentos mais aclamados da sua carreira. 

Em português, a poesia de Sophia de Mello Breyner é celebrada com a estreia mundial de Sophia, na Primeira Pessoa, de Manuel Mozos. Um documentário que traz a escritora ao local onde a memória social se encontra com um intenso trabalho de pesquisa. Do Porto a Lisboa, da Granja a Lagos, do Mar Atlântico ao Mediterrâneo, da Grécia ao 25 de Abril, viajamos pelas paixões e decepções de uma vida e obra dedicadas à busca pelo real, a liberdade e a justiça.

Por fim, uma homenagem ao trabalho de D.A. Pennebaker, com uma cópia restaurada de Don't Look Back, um retrato de cinema verité que revê Bob Dylan durante a sua digressão por Inglaterra em meados dos anos 60.

Da Terra à Lua
  
Também a secção Da Terra à Lua vê completa a sua programação. Un Film Dramatique, de Éric Baudelaire, dialoga com as intuições criativas de 20 alunos da escola Dora Maar nos subúrbios parisienses num projecto experimental que reúne quatro anos de trabalho. O filme debate a urgência de questões como etnia, descriminação, entre outras representações de poder e identidade, enquanto uma geração que cresceu com selfies e YouTube se debate com a natureza colaborativa do cinema.


Pierre-Marie Goulet traz ao Doclisboa O Último Porto - Além das Pontes, um filme que, a partir de dados topográficos e culturais portugueses e turcos, tece os laços entre dois universos aparentemente tão distantes um do outro. 

Em Judenrein, de Daniel Blaufuks, é-nos apresentado um trabalho pessoal que resgata imagens amadoras de uma velha bobine de cinema da década de 80, obtida no e-bay, e que vem a examinar a história de uma pequena aldeia polaca, constituída na sua maior parte por população judaica, agora desaparecida no rescaldo do seu retorno de campos de concentração. 

Sonhámos um País, de Camilo de Sousa e Isabel Noronha, denuncia a história dos campos de reeducação, em Moçambique. O filme analisa, nos dias de hoje, uma realidade pós-colonial pouco conhecida, onde o antagonismo da libertação pós-independência no país é fortemente explorado através da utilização de arquivos fílmicos de Camilo de Sousa (captados, na altura, para a FRELIMO, com propósitos propagandísticos), em combinação com uma conversa entre os realizadores.

Ainda de destacar são os filmes 143 rue du désert, de Hassen Ferhani, sobre uma mulher que recebe camionistas, sem-abrigos e sonhos no meio do deserto Argelino; Suzanne Daveau, de Luísa Homem, que traça o esboço de uma mulher aventureira que atravessa o século XX,  até aos dias de hoje, guiada pela paixão da investigação geográfica; Zustand und Gelände, de Ute Adamczewski, que procura representar a ‘custódia protectiva’ e debruça-se sobre a supressão e resistência de oposição política, experiências traumáticas, através de uma grande amplitude de materiais de arquivo; Adolescentes, de Sébastien Lifschitz, que pinta um retrato raro de França e da sua história recente na sua ilustração de duas adolescentes que, dos 13 aos 18 anos, sofrem transformações radicais que marcam as suas vidas diárias para sempre; e La Vida en Común, de Ezequiel Yanco, que mistura a História com pequenas histórias, contornando identidades complexas em primeiro plano numa comunidade indígena no norte da Argentina.

Estas novidades juntam-se às já anteriormente noticiadas aqui. Toda a programação, horários e outras informações sobre o Doclisboa'19 podem ser consultadas em https://www.doclisboa.org/2019/.

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