É véspera de Natal, excelente dia para recuperar um texto que escrevi para a Revista Gerador em 2017, onde fiz sugestões de filmes para ver ao longo do ano. Ora, adivinhem qual foi a sugestão de Natal?
Talvez um dos mais inusitados para a quadra natalícia, As Bodas de Deus. Deixo-vos as minhas justificações. Feliz Natal!
As Bodas de Deus, de João César Monteiro
No Natal, para quebrar todos os preconceitos, As Bodas de Deus são a sugestão. Na verdade, o mais natalício que podemos encontrar neste filme, do ateu João César Monteiro, é uma espécie de anjo (Luís Miguel Cintra), enviado de Deus, que surge ao nosso protagonista, ele próprio, João de Deus, e um convento de freiras.
O resto é o politicamente incorrecto a que João César Monteiro nos habituou. Não se choquem os mais conservadores, mas esta é mesmo uma sugestão para fugir do exagerado marketing em que o Natal se transformou. Deixemos as compras para outra ocasião, o consumismo desenfreado, e percamo-nos na poesia das palavras do cineasta, na crueldade mordaz das suas histórias tão geniais como loucas, espelho do seu autor.
E mesmo que natalício seja pouco mais que o apelido do protagonista, aceitem esta sugestão arriscada e provocatória, e deixem-se levar pelas manhas e paixonetas de João de Deus, e conheçam a sua nova vida, após a visita deste anjo que o presenteia com uma mala cheia de dinheiro - até dava jeito para o Natal...
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