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sexta-feira, 19 de março de 2021

Crítica: Raya e o Último Dragão / Raya and the Last Dragon (2021)

"My girl Raya and I are gonna fix the world."

Sisu

*6/10*

Raya e o Último Dragão, o mais recente filme de animação da Disney, apresenta-nos uma protagonista independente e corajosa, numa jornada perigosa pela união e paz. Uma aventura que nos leva à magia dos dragões e aos povos do sudeste asiático - Kumandra é inspirada em países como a Tailândia, Vietname, Cambodja, Myanmar, Malásia, Indonésia, Filipinas e Laos.

"Há muito tempo, no mundo de fantasia de Kumandra, humanos e dragões viviam juntos em harmonia. Mas, quando uma força maligna ameaçou a terra, os dragões sacrificaram-se para salvar a humanidade. Agora, 500 anos depois, o mesmo mal voltou e cabe a uma guerreira solitária, Raya, encontrar o último dragão lendário para reconstruir o mundo destruído e voltar a unir o seu povo. No entanto, ao longo da sua jornada, vai perceber que será necessário mais do que a magia de um dragão para salvar o mundo."

São várias as semelhanças de Raya e o Último Dragão e Moana (Vaiana), tanto na fisionomia da protagonista como no argumento. Ambas saem da sua terra para procurar o ser ou objecto mágico que possa trazer de volta a prosperidade - e a paz - ao seu lar. Ao mesmo tempo, os elementos da natureza têm uma papel fundamental nos dois filmes. Demasiadas semelhanças, talvez, que fazem denotar alguma falta de originalidade neste novo filme, que difere, principalmente, por não ser musical.

O sacrifício por um bem maior, a união e o trabalho em equipa, a confiança em si e no outro, o respeito pela Natureza e pelo nosso semelhante e o desejo de paz são alguns dos valores presentes nesta animação da Disney, que tem apostado forte nas personagens femininas e emancipadas. Depois de Moana e Elsa (Frozen), também Raya é uma jovem mulher de garra, destemida e inteligente, sem interesses amorosos, e a sua antagonista, Namaari, partilha das mesmas características. Duas verdadeiras guerreiras.

No elenco de vozes, destaque para Awkwafina como Sisu (e a sua versão "humana", tão parecida com a actriz), protagonista dos momentos mais divertidos de Raya e o Último Dragão

Visualmente, o filme continua a revelar o bom trabalho dos animadores da Disney que se superam ao conferir tamanho realismo aos elementos da natureza - a água em destaque, mais uma vez -, bem como às expressões e emoções das personagens.

Longe de ser o filme mais inspirado da Disney, Raya e o Último Dragão é entretenimento para todas as idades, com personagens fortes, bons momentos de acção, humor, magia e esperança.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Crítica: Let Them All Talk (2020)

*5.5/10*

Let Them All Talk é a curiosa experiência de Steven Soderbergh a filmar a bordo de um navio, ao longo de uma viagem transatlântica. Um filme de reencontros, mágoas e confrontação com um passado comum.

"Uma escritora famosa reúne as amigas para se divertir e sarar feridas antigas num cruzeiro, com a companhia do seu sobrinho para guardar as senhoras e se apaixonar por uma jovem agente literária."


Let Them All Talk
tem um registo leve e descontraído, com os dilemas do escritor em leve debate. Todavia, as conversas recaem principalmente numa reflexão sobre o passado e na forma como este influenciou a vida actual, quer das personagens mais velhas como das mais novas.

Com três grandes actrizes no elenco, o trabalho do realizador fica facilitado e, realmente, Meryl StreepCandice Bergen e Dianne Wiest são a luz de Let Them All Talk. Streep é Alice, a escritora contida e cansada, cujo snobismo actual intriga as amigas de juventude; Candice Bergen é Roberta, a mais extrovertida, incansável na busca por um homem rico, que guarda um rancor doentio por Alice que quer - e não quer - esclarecer; e Wiest é Susan, a amiga apaziguadora, mais introvertida e altruísta, é o elo pacificador do grupo.


Soderbergh cria um filme de reencontros e (tentativas de) reconciliação, de amores perdidos e recordações de uma juventude juntas. Mas também com invejas e actos falhados a compor a narrativa. O tom nunca é de alegria sincera, mas uma junção de melancolia e saudade do tempo que já não volta.