terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Crítica: Let Them All Talk (2020)

*5.5/10*

Let Them All Talk é a curiosa experiência de Steven Soderbergh a filmar a bordo de um navio, ao longo de uma viagem transatlântica. Um filme de reencontros, mágoas e confrontação com um passado comum.

"Uma escritora famosa reúne as amigas para se divertir e sarar feridas antigas num cruzeiro, com a companhia do seu sobrinho para guardar as senhoras e se apaixonar por uma jovem agente literária."


Let Them All Talk
tem um registo leve e descontraído, com os dilemas do escritor em leve debate. Todavia, as conversas recaem principalmente numa reflexão sobre o passado e na forma como este influenciou a vida actual, quer das personagens mais velhas como das mais novas.

Com três grandes actrizes no elenco, o trabalho do realizador fica facilitado e, realmente, Meryl StreepCandice Bergen e Dianne Wiest são a luz de Let Them All Talk. Streep é Alice, a escritora contida e cansada, cujo snobismo actual intriga as amigas de juventude; Candice Bergen é Roberta, a mais extrovertida, incansável na busca por um homem rico, que guarda um rancor doentio por Alice que quer - e não quer - esclarecer; e Wiest é Susan, a amiga apaziguadora, mais introvertida e altruísta, é o elo pacificador do grupo.


Soderbergh cria um filme de reencontros e (tentativas de) reconciliação, de amores perdidos e recordações de uma juventude juntas. Mas também com invejas e actos falhados a compor a narrativa. O tom nunca é de alegria sincera, mas uma junção de melancolia e saudade do tempo que já não volta.

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