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domingo, 28 de julho de 2013

Sugestão da Semana #74

Das estreias da passada Quinta-feira, o novo filme de Nicolas Winding Refn é a Sugestão da Semana e já tem crítica no Hoje Vi(vi) um Filme.



Ficha Técnica:
Título Original: Only God Forgives
Realizador: Nicolas Winding Refn
Actores: Ryan Gosling, Kristin Scott Thomas, Vithaya Pansringarm
Género: Crime, Drama, Thriller
Classificação: M/16
Duração: 90 minutos

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Crítica: Só Deus Perdoa / Only God Forgives (2013)

"Time to meet the devil"
Billy

*9/10*

Obscuro, inquietante e hipnótico são três características que assentam bem a Só Deus Perdoa, o filme que marca o regresso de Nicolas Winding Refn. A violência - física e psicológica - continua, fazendo jus à obra do realizador, mas muito mais há para além do espectáculo visual que a acompanha. Bem mais complexo do que aparenta, Só Deus Perdoa é uma experiência sensorial e sentimental - consegue mexer com os sentidos, mas igualmente com o que de mais profundo há em cada um de nós.

"Está na altura de conhecer o Diabo", diz Billy ainda no início do filme. A frase serve de passaporte para o que vem de seguida. As meninas devem fechar os olhos e os homens prestar atenção, como a certo momento é aconselhado. Ao longo da carreira, Refn tem-se aproximado do título de realizador da "ultra-violência", que cada vez mais se insiste em usar para caracterizar a sua filmografia. Nesses termos, Só Deus Perdoa não foge à regra, chegando mesmo a ser aterrador num sentido mais lato, com a banda sonora a assumir um papel fulcral nesse aspecto.

A mais recente longa-metragem de Refn apresenta-nos Julian (Ryan Gosling), que está à frente de um clube de boxe tailandês, fachada para um negócio de tráfico de droga. Mas quando o seu irmão é assassinado e a sua mãe, Crystal (Kristin Scott Thomas), chega a Banguecoque para reclamar vingança, tudo muda. No seu caminho está Chang (Vithaya Pansringarm), um misterioso policia, idolatrado pelos seus pares.


A Banguecoque nocturna serve de cenário - muito exótico - para a acção de Só Deus Perdoa. O argumento, longe de exaustivo e com alguns vazios por preencher, oferece muito mais do que parece à primeira vista. Sangue e violência abundam ao longo dos 90 minutos da longa-metragem. Poucas falas, muita acção, recheada de cores eléctricas - vermelhos, amarelos e azuis "iluminam" a maior parte do filme -, e temáticas profundas. Requere-se, sobretudo, sensibilidade - física e psicológica - para chegar ao âmago de Só Deus Perdoa.

Se por um lado temos essa "ultra-violência" de que tanto se fala, por outro lado temos a possível justificação para que ela aconteça. Uma das lições a tirar do novo trabalho de Refn é a de que todos os actos têm consequências - para o melhor e para o pior -, e sabemo-lo desde logo através do título.

Ao mesmo tempo, a importância da família surge como outro tema-chave em Só Deus Perdoa. O caso mais flagrante é o da família protagonista - Julian, Billy e a mãe Crystal. Parece existir uma espécie de complexo de Édipo, uma relação complicada e um tanto sinistra entre esta mãe e filhos. Julian é um filho submisso, com claros problemas que daí advêm. Perto do final podemos testemunhar a única aproximação real a uma mãe que ele venera, mas desconhece, que lhe parece inatingível. Ao mesmo tempo, outras famílias surgem ao longo do filme, e, em todas elas, uma forte mensagem nos é transmitida.


A quase ausência de falas de Ryan Gosling durante o filme (22 linhas, ao todo) é provavelmente a  maior semelhança que se poderá apontar relativamente a Drive, onde o protagonista também pouco falava. Aliás, sabe-se que os diálogos são secundários para Refn - lembremo-nos de One-Eye que não diz uma única palavra em Valhalla Rising (2009). E é nesse filme que pode recair a maior parte das comparações com Só Deus Perdoa. O ritmo lento é comum a ambos, bem como os vermelhos-fortes, muitas vezes em tom premonitório - premonições essas que também surgem constantemente de forma subtil ao longo de Só Deus Perdoa.

Todavia, é esteticamente que Só Deus Perdoa atinge a excelência. A realização alia-se à fotografia (sob a direcção de Larry Smith) e, juntas, oferecem-nos os mais belos quadros pintados num ecrã de cinema. Em cada cena presenciamos planos de excelência, geometricamente estudados e iluminados de forma brilhante. A câmara olha através das divisões de uma casa, espreita por entre as portas, oferecendo uma experiência única. Em união perfeita com a componente visual e acção está a banda sonora, de Cliff Martinez, que nos faz temer aquelas personagens e consegue, por vezes, contrastar de forma arrepiante com aquilo a que assistimos.


O elenco tem um desempenho irrepreensível. Ryan Gosling não descura a personagem e, mesmo pouco dizendo, consegue transmitir-nos o essencial através da sua (in)expressão. O protagonista revela uma arrepiante submissão perante a mãe, uma sexualidade complicada, e um sentido de justiça que lhe está no sangue. Apesar da coragem que demonstra, parece esconder em si muitos medos - encontramo-los nos corredores e quartos escuros, que abundam em Só Deus Perdoa. Deslumbrante está Kristin Scott Thomas, com uma interpretação magistral da maliciosa mãe, Crystal. A actriz prova-nos aqui, uma vez mais, o seu talento e glamour, até na pele da mais fria e asquerosa mulher. Quando surge, Crystal é acompanhada por muitos tons de amarelo, que se podem relacionar com todo o luxo que a rodeia - as cenas no hotel são um óptimo exemplo. Por seu lado, o grande destaque vai para o actor tailandês Vithaya Pansringarm na pele do polícia Chang. Com uma interpretação desconcertante, ele faz-nos temer. O seu sentido de justiça pode fazer-nos compará-lo ao "Deus" do título do filme, ou ao "Diabo" que vamos conhecendo. É muito interessante observar como, depois do dever cumprido, o polícia termina a noite com os colegas de trabalho num karaoke.

Refn traz-nos um filme difícil de digerir, que apela, acima de tudo, a uma forte reflexão sobre o conceito de justiça (divina?). Uma obra de uma beleza visual estonteante, repleta de uma violência estética que poucos nos proporcionam: Só Deus Perdoa, mas o público também.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Only God Forgives: Novo trailer e posters

O próximo filme de Nicolas Winding Refn está para breve em Portugal - 25 de Julho é a data prevista de estreia - e há novo trailer e posters, bem bonitos, por sinal. Only God Forgives (Só Deus Perdoa, em português) é protagonizado por Ryan Gosling,  Kristin Scott ThomasVithaya Pansringarm, as caras que figuram nos posters agora conhecidos.

Conhece-os aqui, bem como ao mais recente trailer:





quinta-feira, 4 de abril de 2013

Red Band Trailer de Only God Forgives

O novo filme de Nicolas Winding Refn, Only God Forgives, protagonizado por Ryan Gosling, já tem o seu primeiro Red Band Trailer. Este trailer "especial", para os menos sensíveis, não se coíbe de mostrar o sangue e violência que caracterizam o filme.

Cá está o trailer. Por aqui aguarda-se o filme ansiosamente e com muita curiosidade.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Parabéns, Ryan Gosling!

Ryan Gosling tem uma carreira ainda curta, mas já provou o grande talento que possui. No dia em que um dos melhores jovens actores da actualidade completa 32 anos, nada melhor do que relembrar alguns dos seus melhores papéis. 

Aqui vos deixo, então, um top 5(+1) daquelas que são, na minha opinião, as suas melhores prestações.

6. O Diário da Nossa Paixão (The Notebook), 2004, como Noah


O destaque a esta interpretação funciona como uma espécie de menção honrosa, já que foi com este filme que o actor canadiano conseguiu realmente revelar-se e ficar na memória de todos. Acima de tudo, assistimos aqui a uma interpretação apaixonada e apaixonante, de um Noah rebelde e lutador.

5. Nos Idos de Março (The Ides of March), 2011, como Stephen Meyers


Uma lição de política apresentada através da personagem interpretada por Ryan Gosling, que passa da ingenuidade inicial a uma frieza e perversidade inquietantes. Uma das suas grandes interpretações de 2011.

4. Lars e o Verdadeiro Amor (Lars and the Real Girl), 2007, como Lars Lindstrom


O homem que se apaixonada por uma boneca insuflável é Lars, a quem Gosling veste a pele. Tímido, inseguro e verdadeiramente crente na paixão que diz nutrir pela sua companheira inanimada, Bianca. A estranheza inicial transforma-se em ternura e compreensão por parte de quem assiste.

3. Half Nelson - Encurralados (Half Nelson), 2006, como Dan Dunne


Um registo pesado, onde o actor encarna um professor viciado em cocaína, que desenvolve amizade com uma das suas alunas, que cedo descobre o seu segredo. Num ambiente problemático e com uma personagem exigente, Gosling volta a mostrar o seu valor. 

2. Blue Valentine - Só Tu e Eu (Blue Valentine), 2010, como Dean


Uma interpretação emotiva e onde se sente a total entrega do actor à personagem que, juntamente com a também fantástica Michelle Williams, resulta num dos pares mais credíveis dos últimos tempos, num filme singular e inquietante. Em todos os momentos, sente-se o realismo e o amor sofrido de Dean e Cindy.

1.  Drive - Risco Duplo (Drive), 2011, como Driver


No meio de diversas personagens, foi com o anti-herói sem nome, apenas conhecido como Driver, que Ryan Gosling teve uma das melhores interpretações da sua (ainda curta) carreira. Romântico, mas frio e capaz de tudo para proteger quem ama, Driver é de poucas falas e muita acção.

Trabalho não tem faltado a Ryan Gosling e estão para breve mais três filmes: Força Anti-Crime, Place Beyond the Pines e Only God Forgives. Imparável, só teremos de aguardar por mais interpretações de peso do jovem actor canadiano.


Parabéns, Ryan Gosling!