"I'm going to smoke everyone involved in this op and then I'm going to kill bin Laden. "Maya
*7/10*
00:30 A Hora Negra
é mais uma história feita para os norte-americanos mas que interessa ao resto
do planeta. A captura de Bin Laden é, só por si, tema para captar todas
as atenções, mais ainda quando se sabe que a longa-metragem é realizada por Kathryn
Bigelow e tem Jessica Chastain como protagonista.
A caça a Osama Bin Laden
inquietou o mundo e dois Governos americanos durante mais de dez anos. Contudo,
foi uma pequena e dedicada equipa de operacionais da CIA que o conseguiu
localizar. Todos os pormenores de preparação desta missão estiveram no mais
absoluto segredo e, apesar de alguns dos detalhes terem sido, entretanto,
tornados públicos, os aspectos mais relevantes da operação foram agora trazidos
para o grande ecrã pela dupla criativa vencedora de três Oscars com
filme Estado de Guerra - Bigelow e Mark Boal.
A realizadora quis aqui mostrar, sem rodeios, os dez anos
de trabalho da CIA até à recente captura do terrorista mais procurado. E começa
por apelar aos (res)sentimentos da plateia, com o audio (apenas), de poucos
minutos, das últimas palavras de algumas das vítimas do 11 de Setembro de 2001.
Arrepiante e, de certa forma, uma preparação para que tudo o que continuaremos
a ver esteja “justificado” ou “desculpado”. As cenas de tortura, que tanto deram
que falar, estão lá, são fortes, mas possivelmente muito longe da realidade,
que será de certo muito mais brutal. Há, todavia, que gabar o facto de não
existir medo em assumir os actos.
Polémicas à parte, a história é-nos apresentada da melhor
forma, dando a conhecer os factos, perdendo, contudo, o fôlego bastante cedo.
Felizmente, a última meia hora vale pelos momentos menos bem conseguidos, com
uma sequência de acção que nos prende ao ecrã, sendo impossível desviar as
atenções. Graças à realização exemplar de Kathryn Bigelow, sentimo-nos
dentro do filme, ao lado dos soldados.
No elenco, o grande destaque vai para Jessica Chastain como
a agente da CIA Maya, que, apesar de não ter aqui o seu mais brilhante
desempenho, mostra-se à altura do desafio, ganhando a frieza que a sua
personagem pede ao longo do filme (e com o passar dos anos). Sangue frio,
coragem e muita persistência é o que Maya espelha, revelando o seu lado
mais humano na derradeira cena, num misto de dever cumprido e alívio.
Apesar de todas as questões políticas ou morais que lhe estão associadas, 00:30 A Hora Negra é um filme feito para glorificar os feitos dos norte-americanos, desta vez contudo, sem esconder que, muitas vezes, estes não são os mais legítimos.
4 comentários:
Concordo plenamente com o que referiste. Foi uma boa realização por parte da Kathryn Bigelow. No que toca a Chastain não foi mais do que uma interpretação competente. Um papel que tem vindo a ser muito sobrevalorizado por onde quer que passe.
Cumprimentos,
Rafael Santos
Memento Mori
Sim, foi um filme que não me impressionou por aí além, mas que dar o mérito à Bigelow. Tens razão relativamente à Chastain, mas este ano nada bate a sobrevalorização dada à Lawrence. :P
Cumprimentos cinéfilos.
Sim a Lawrence nem refiro, está a ser levada ao colo pelos prémios...
muito boa crítica. aconselho a verem também a minha crítica a este filme ou a outros.
http://johnnyjfilmes.blogspot.pt/
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