quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Entrevista a Tiago Guedes, realizador de Tristeza e Alegria na Vida das Girafas

Estreou-se nas lides da realização de longas-metragens com o filme de terror Coisa Ruim, em 2006, seguiu-se Entre os Dedos, em 2008 (ambos realizados em parceria com Frederico Serra). Em 2019, chegaram aos cinemas mais dois filmes seus, agora em nome próprio. Depois de A Herdade - submissão portuguesa para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro -, agora é a vez de Tristeza e Alegria na Vida das Girafas, num tom totalmente diferente. Tiago Guedes respondeu a algumas questões do Hoje Vi(vi) um Filme sobre o filme, protagonizado pela sua filha, que estreia a 21 de Novembro - a crítica pode ser lida aqui.


Tristeza e Alegria na Vida das Girafas e A Herdade são dois filmes totalmente diferentes, ambos realizados por si e com estreia nacional em 2019. São duas versões do Tiago Guedes cineasta?
Tiago Guedes: São duas das várias versões, nasceram de sítios diferentes mas são os dois muito meus.

Como evitar que os pais mais distraídos (que não vêem o trailer ou a classificação etária do filme) levem os filhos pequenos a ver Tristeza e Alegria na Vida das Girafas - ainda para mais com uns pósteres tão convidativos?
Tiago Guedes: Pois, não sei como responder a essa pergunta. Mas fica aqui o aviso mais uma vez NÃO É UM FILME PARA CRIANÇAS MENORES DE 14 ANOS.

Depois do Teatro, a peça de Tiago Rodrigues é agora Cinema. Quais os principais desafios nesta adaptação?
Tiago Guedes: Eu diria que foi conseguir o tom certo entre a realidade e a fantasia. Em palco, joga-se muito mais com o poder da sugestão, no filme ao decidir “concretizar” os vários elementos tivemos que conseguir um tom que me permitisse viajar sem estabelecer demasiadas fronteiras.

E quais as principais diferenças entre peça e filme?
Tiago Guedes: O mais notório é, no filme, o personagem principal ser interpretado por uma criança enquanto na peça era uma actriz adulta que fazia de criança. Depois, existe um tom generalizado da peça que era cheia de energia e muito “rock’n’roll”, enquanto o filme viaja por zonas mais melancólicas, talvez.

Desde que começou a pensar este projecto que tinha idealizado que seria a sua filha Maria a protagonista? Ou foi algo que surgiu depois? E como foi dirigi-la?
Tiago Guedes: Surgiu muito depois. Quando quis fazer o filme, a Maria tinha 7 anos e era muito nova. Quis o destino que o facto de não conseguir filmar me obrigasse a esperar tanto que ela foi crescendo e de repente estava com a idade certa. Foi muito bom dirigi-la, rapidamente me relacionei com ela como qualquer um dos actores.


Porque deve o público português ir ao cinema ver este filme?
Tiago Guedes: Eu detesto “vender o meu peixe”, mas em primeiro lugar por causa do texto maravilhoso e mágico que o Tiago Rodrigues escreveu, depois porque é uma oportunidade de ver personagens poderosas e originais interpretadas por enormes actores e, por fim, porque tem a música do Manel Cruz a embrulhar e a embalar toda esta aventura.

Acha que todos ainda guardamos aquele ursinho de peluche da pré-adolescência num armário, a querer sair a qualquer momento?
Tiago Guedes: Acho que dependerá de cada pessoa, mas acredito muito que dentro de todos nós há um pouco do “Judy” deste filme.

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