terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Desilusões do Ano #2019

2019 está prestes a terminar e nada como começar a fazer o balanço do ano cinematográfico. Para começar, destaco as três grandes desilusões estreadas em 2019. Três filmes que me deixaram especialmente irritada pela expectativa criada e pelo desapontamento à saída da sala de cinema. Nos três casos, realizadores prometedores não são sempre sinónimo de bons filmes.

3. Nós (Us), Jordan Peele


Seria difícil tão rapidamente superar a qualidade de Foge, mesmo seguindo a mesma linha temática e novamente no género de terror. Em Nós, Jordan Peele pega num argumento com boas ideias, onde o sub-género home invasion parece vir para surpreender, aliado a uma boa interpretação de Lupita Nyong'o, mas desfaz todas as promessas aos longo das quase duas horas de filme.



Depois de um fenomenal Boi Neon, Divino Amor prometia. A longa-metragem arranca muito bem, num mergulho no mar da ficção científica. A estranheza que se sente com o que vemos e ouvimos a narração contar aguça a curiosidade. Mas, a certo momento, perde o fôlego, com a crítica inicial, tão poderosa, a anular-se e começar a perder o sentido. Algumas das contradições que surgem são totalmente certeiras na crítica acesa que o filme faz, contudo, outras opções mostram o contrário daquilo que o humor mordaz de Gabriel Mascaro vem a defender.



Ari Aster caracteriza-se melhor enquanto realizador e argumentista a cada novo filme que faz. As ideias parecem borbulhar, mas aplicá-las e desenvolvê-las não é com ele. Ou, pelo menos, não vai muito longe na sua abordagem. Torna-se preguiçoso e, ao mesmo tempo, exibicionista... Quer tanto chocar como mostrar o quão prodigioso pode ser com a câmara e acaba por cair no ridículo. Midsommar é mais um exemplo deste egocentrismo. Se por um lado, gera fãs acérrimos um pouco por todo o mundo, por outro, cria uma legião de desapontados, já cansados da sua vaidade pouco inteligente.

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